Hong
Kong, China, 05 jul (Lusa) -- O chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung,
disse hoje que o processo de reforma política na região chinesa deve ser
relançado o mais rápido possível, por ser uma "aspiração comum".
No
sábado, a número dois do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse que
"sinceramente esperava que" o próximo governo possa reiniciar o
processo para que os residentes da cidade possam escolher o seu próprio líder
através do princípio de "um homem, um voto".
Hoje,
ao falar à imprensa antes da reunião semanal do Conselho Executivo, CY Leung
disse que enquanto líder atual de Hong Kong, também concorda que concretizar o
processo de reforma política o mais rápido possível é "uma aspiração comum
dos residentes de Hong Kong, da cidade e do governo central". CY Leung
acrescentou que a eleição sob o princípio "um homem, um voto" daria
ao chefe do Executivo "grande legitimidade".
As
declarações proferidas hoje por CY Leung surgem uma semana depois de uma
entrevista publicada no jornal South China Morning Post, em que disse que não
pretende, nos 12 meses que lhe restam até ao fim do mandato, retomar o processo
da reforma política, alegando que "não tem tempo", "não é
realista" e não há consenso na sociedade.
"Por
mais que quisesse retomar o processo de desenvolvimento político, não acho que
vou ter tempo nos próximos 12 meses e não acho que temos o consenso necessário
na sociedade (...). Sei que Pequim não vai rever a Lei Básica, não é realista
recomeçar o processo", disse CY Leung, em entrevista ao jornal South China
Morning Post.
Qualquer
reforma eleitoral requer o apoio de dois terços dos membros do Conselho
Legislativo (parlamento em Hong Kong), o que significa que o governo precisa do
apoio de, pelo menos, vários democratas. A reforma política também requer a
aprovação do Comité Permanente da Assembleia Nacional do Povo.
Em
2014, Pequim avançou com uma proposta de reforma política que previa a
introdução de voto universal para o líder do Governo, mas só depois de os
candidatos (dois a três) serem pré-selecionados por uma comissão de 1.200
membros, vista como próxima de Pequim.
A
proposta, que ainda em 2014 esteve na origem do movimento Occupy, que durante
79 dias bloqueou as ruas da cidade, foi rejeitada pelo Conselho Legislativo em
junho de 2015.
O
pacote de reforma política proposto por Pequim acabou por ser chumbado pelo
voto contra dos democratas.
FV
(ISG) // ISG
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