Macau,
China, 05 jul (Lusa) -- Um jornal oficial do Partido Comunista chinês (PCC)
defende hoje que Pequim deve preparar-se para confrontos militares no Mar do
Sul da China.
"As
disputas no Mar do Sul da China têm sido bastante complicadas depois da forte
intervenção dos Estados Unidos. Agora um tribunal internacional também está
envolvido, colocando mais ameaças à integridade marítima e soberania
territorial da China", escreve na sua edição em inglês o Global Times,
jornal do grupo Diário do Povo, órgão central do PCC.
Em
causa está a decisão, aguardada para 12 de julho, do Tribunal Permanente de
Arbitragem (TPA), com sede em Haia, sobre a disputa entre a China e as
Filipinas pela soberania do arquipélago das Spratly, ilhas no Mar do Sul da
China disputadas, total ou parcialmente, também pela Malásia, Taiwan, Vietname
e Brunei.
"A
China deve acelerar a construção das capacidades militares de dissuasão
estratégica. Mesmo que a China não possa acompanhar militarmente os EUA a curto
prazo, deve ser capaz de fazer os EUA pagar um custo que não podem suportar se
interferirem na disputa do Mar do Sul da China pela força", acrescenta o
jornal.
O
editorial do Global Times termina com a declaração de que "a China é uma
nação que ama a paz e que trata das suas relações internacionais com discrição,
mas que não vai recuar se os EUA e o seu restrito grupo invadirem os seus
interesses" no que consideram ser seu território.
"A
China espera que as disputas sejam resolvidas através do diálogo, mas deve
estar preparada para qualquer confronto militar. Isto é senso comum nas
relações internacionais", conclui o editorial.
A
China anunciou no domingo que vai proibir até segunda-feira da próxima semana o
acesso às águas à volta das ilhas Paracel, igualmente no Mar do Sul da China,
controladas por Pequim e reclamadas também pelo Vietname e Taiwan, enquanto
leva a cabo manobras militares.
A
China tomou o controlo das Paracel em 1974, depois de vencer uma batalha naval
contra o então denominado Vietname do Sul.
O
conflito das Paracel remonta aos anos 1970, mas aumentou de intensidade nos
últimos anos, coincidindo com uma maior implicação dos Estados Unidos nessa
disputa.
FV
// MP
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