quinta-feira, 7 de julho de 2016

Macau avança com reforma no ensino técnico-profissional


Macau, China, 06 jul (Lusa) -- Os Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) de Macau esperam levar à Assembleia Legislativa, no próximo ano, uma revisão do regime do ensino técnico-profissional em que se pretende estabelecer acordos com empresas para aumentar a empregabilidade.

Com vista a esta revisão, a DSEJ encomendou um estudo ao Instituto de Ensino Técnico-Profissional da Academia de Ciências de Educação de Xangai. Hoje, o vice-presidente deste instituto, Chen Song, indicou que, após uma avaliação do setor, "falta [capacidade de] atração, preocupação com a qualidade dos docentes e os programas têm de ser reforçados".

"É preciso elevar a qualidade para atrair mais estudantes e [são necessários] cursos ligados ao desenvolvimento económico local", disse hoje, após uma reunião do Conselho de Educação, frisando que, acima de tudo, "é preciso colaboração com o setor privado".

Atualmente existem 36 cursos técnico-profissionais em Macau, abrangendo dez escolas privadas, frequentados neste ano letivo por 1.360 alunos.

Perante os resultados do estudo, Ng Vai Hong, chefe de departamento da Divisão de Ensino Secundário e Técnico Profissional da DSEJ, garantiu que a revisão do regime será feita de modo a "melhorar a qualidade dos cursos" e fixar estágios, estabelecendo "cooperação entre escolas e empresas". O responsável indicou ainda que está em construção um centro de educação técnico-profissional, que se espera estar concluído dentro de dois anos.

Para Ng, a reduzida popularidade destes cursos deve-se também a um estigma social: "Na sociedade chinesa, os pais acham que se os estudantes frequentarem o ensino técnico-profissional, isso pode afetar a sua imagem e podem ter menos acesso ao emprego".

Quanto a novos cursos, disse apenas que serão criados "cursos para responder ao posicionamento de Macau como plataforma [entre a China e os países de língua portuguesa] e como centro [mundial de turismo e lazer".

Wong Kin Mou, chefe do departamento de estudos e recursos educativos, sublinhou que "o importante é a colaboração com as empresas", algo que afeta "a taxa de emprego". "É preciso empresas que deem oportunidades de estágio. Queremos reforçar isto na lei", sublinhou.

Na mesma reunião do conselho de educação para o ensino não superior falou-se sobre a revisão do regime do ensino especial, que data de 1996. A ideia é atualizar a legislação de acordo com algumas práticas já aplicadas nas escolas, como a divisão dos alunos em turmas "inclusivas", "pequenas" ou de ensino especial.

As primeiras são destinadas a alunos com algumas dificuldades mas que conseguem estudar em turmas regulares, recebendo um apoio extra -- as escolas com estes alunos recebem, por estudante, o dobro do subsídio atribuído habitualmente, ou seja 80 mil patacas (cerca de nove mil euros).

Uma escola que tenha 20 alunos em regime inclusivo tem direito a receber um subsídio extra para contratar mais especialistas.

Já as turmas específicas de ensino especial têm currículos distintos e os alunos obtêm, no final do curso, um certificado especial que descreve as suas capacidades.

ISG // VM

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