quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Estudo confirma viabilidade de desenvolvimento do Greater Sunrise em Timor-Leste

O campo de gás Greater Sunrise poderá ter um “maior impacto positivo no PIB e na criação de empregos” em Timor-Leste, salienta o governo timorense em referência a um estudo feito pela empresa Wood.

O estudo conceptual elaborado pela empresa britânica Wood sobre o campo de gás Greater Sunrise confirmou a viabilidade de desenvolvimento do projeto em Timor-Leste, anunciou esta segunda-feira, na sua página oficial o governo timorense.

“A conclusão deste estudo constitui um marco fundamental que confirma de forma inequívoca a viabilidade do desenvolvimento do Greater Sunrise em Timor-Leste”, afirmou o porta-voz do governo e ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira.

“Esta solução irá trazer benefícios significativos e sustentáveis para o povo timorense e irá consolidar o potencial económico do país. Continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com os nossos parceiros para implementar esta visão”, salientou o ministro timorense.

Segundo o governo, o estudo conceptual, realizado entre abril e novembro, “confirma também que o desenvolvimento do projeto em Timor-Leste é a mais vantajosa para o país, garantindo significativos benefícios económicos e sociais”.

A empresa britânica estudou quatro opções principais, nomeadamente o desenvolvimento do Greater Sunrise para Timor-Leste, para Darwin (no norte da Austrália), no campo de gás Ichthys, também na Austrália e operado pela japonesa INPEX, e uma nova instalação de Gás Natural Liquefeito, também na Austrália.

“A opção Gás Natural Liquefeito de Timor-Leste (TLNG, sigla em inglês) destaca-se por prever menores custos operacionais e, ao permitir melhores retornos gerais direitos e indiretos para Timor-Leste, criará um grande impacto socioeconómico no país”, refere o governo timorense.

O executivo salienta também que o Greater Sunrise em Timor-Leste, segundo o estudo, poderá ter um “maior impacto positivo no Produto Interno Bruto e na criação de empregos, sendo igualmente a que apresenta os maiores retornos para o consórcio de desenvolvimento” daquele campo de gás.

O consórcio é constituído pela timorense Timor Gap (56,56%), a operadora Woodside Energy (33,44%) e a Osaca Gás (10%).

“De acordo com o estudo, o TLNG também permitirá alcançar melhores retornos diretos upstream para a Austrália”, refere o governo timorense.

Localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, o projeto Greater Sunrise tem estado envolto num impasse, com Díli a defender a construção de um gasoduto para o sul do país e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio, a inclinar-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin.

O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, terá de ser dividido, com 70% das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80% se o processamento for em Darwin.

A ligação do gasoduto ao sul de Timor-Leste é considerada, pelas autoridades timorenses, como estratégica para o crescimento económico do país.

Numa declaração conjunta, divulgada no sábado, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e o homólogo australiano, Anthony Albanese, anunciaram que a Austrália propôs fazer um investimento significativo em Timor-Leste através do estabelecimento de um fundo de infraestruturas.

O fundo, segundo a declaração, seria capitalizado a partir de uma parte das receitas futuras da Austrália no Greater Sunrise.

Observador | Lusa

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