Lisboa,
05 mar (Lusa) - Antigos participantes e apoiantes da missão "Paz em
Timor", realizada a bordo do Lusitânia Expresso há 25 anos, reúnem-se em
Lisboa no próximo sábado, para celebrar a iniciativa, mas também para refletir
sobre as grandes causas do futuro.
O
encontro, que decorrerá no teatro Thalia, em Lisboa, ocorre exatamente 25 anos
depois de o ?ferry-boat' Lusitânia Expresso, transportando a bordo 141 pessoas
de 23 nacionalidades diferentes, a maioria estudantes, ter sido obrigado a sair
das águas de Timor-Leste pela marinha de guerra indonésia.
A
missão "Paz em Timor", liderada pela revista Fórum Estudante,
pretendia depositar uma coroa de flores no cemitério de Santa Cruz, em Díli,
onde a 12 de novembro de 1991 ocorrera um massacre.
Neste
reencontro, pretende-se "criar um momento de celebração dos 25 anos do
Lusitânia Expresso e também os 25 anos da Fórum Estudante", disse à Lusa o
diretor da missão, Rui Marques.
No
entanto, a cerimónia quer ir mais longe: "Procurámos atualizar a reflexão
- e se fosse hoje, quais são as principais causas do século XXI?",
explicou o organizador.
"Vamos
celebrar esta recusa da indiferença, esta recusa do fatalismo de que não há
esperança, esta afirmação de que vale a pena lutar por um mundo melhor",
sublinhou Rui Marques.
Em
1991/1992, recordou, "os que estiveram no Lusitânia acharam que valia a
pena lutar pela independência de Timor-Leste e pela defesa dos direitos humanos
dos timorenses" e hoje "vale a pena lutar pela defesa dos direitos
humanos dos refugiados, para que aqueles que vivem a sua velhice em profundo
isolamento e sem vínculo social possam viver o fim da sua vida com dignidade,
pelo combate aos efeitos perversos do desemprego ou por uma maior justiça
social em relação a situações de exclusão e de pobreza".
"O
apelo é arregaçar mangas e lançar mãos à obra aos desafios do nosso tempo e às
causas do nosso tempo, porque mais do que nunca o nosso tempo exige homens e
mulheres determinados em construir um mundo melhor", destacou Rui Marques.
Na
sessão participarão jovens que se dedicam à intervenção cívica e social,
nomeadamente responsáveis do Conselho Nacional de Juventude ou da Plataforma de
Apoio aos Refugiados.
"O
objetivo é o olhar para o futuro de jovens que têm hoje a idade dos que estavam
no Lusitânia Expresso e que acham que podem e devem fazer alguma coisa pelo
mundo", referiu.
Haverá
também um debate com jornalistas sobre a sua perspetiva sobre as grandes
causas, prevendo-se também intervenções da embaixadora timorense em Lisboa, da
atual secretária de Estado do Ensino Superior, Fernanda Rollo, e de Nuno
Ribeiro da Silva, à época secretário de Estado da Juventude e apoiante da
iniciativa.
Rui
Marques destacou que participarão também "dois convidados especiais, que,
não tendo estado fisicamente no Lusitânia, estiveram muito presentes" na
missão - o atual presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de
Depósitos, Emílio Rui Vilar, e o jornalista Adelino Gomes.
Os
Presidentes da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e de Timor-Leste,
Taur Matan Ruak, enviarão mensagens.
JH
// PJA
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