Díli,
01 mar (Lusa) - Um grupo de investidores estrangeiros apresentou às autoridades
timorenses um pedido de licença para a criação de um banco de capitais
exclusivamente privados em Timor-Leste.
O
pedido de licença para o "exercício de atividade bancária em
Timor-Leste" foi apresentado pelo investidor Masoud Al Harthy, nacional de
Omã, e pelos franceses Gilles Assouline e Laurent Imbert que já têm em
Timor-Leste a empresa 3A Timor SA.
Num
comunicado enviado à Lusa, o grupo de investidores explica que a 3A Timor SA
faz parte de um grupo de sociedades internacionais "que pretende valorizar
a experiência adquirida pelos seus sócios e fundadores do Banco ao longo de
mais de 10 anos no corredor Ásia-Arábia-África".
O
novo banco pretende, referem, "reforçar o sector financeiro e bancário em
Timor-Leste" e ao mesmo tempo operar internacionalmente para canalizar
para o país capitais de investimento externo.
Fonte
próxima ao processo disse à Lusa que os investidores solicitaram o nível mais
elevado da licença para exercício de todas as atividades financeiras, com um
capital inicial de seis milhões de dólares (5,6 milhões de euros).
Querem
ainda "expandir a sua atuação, aproveitando o enorme potencial das
relações estratégicas de Timor-Leste com outros países, nomeadamente os
pertencentes à CPLP e ao G7+, bem como a estreita ligação económica com os
países membros da ASEAN e da Comunidade do Pacífico Sul", refere o
comunicado.
O
projeto dos investidores está a ser acompanhado pelo Governo através do
Ministério do Planeamento e do Investimento Estratégico, liderado por Xanana
Gusmão que tem lidado diretamente com investidores.
Fonte
do seu gabinete disse à Lusa que o executivo timorense "considera
fundamental para o desenvolvimento e fortalecimento do tecido económico empresarial
nacional, que Timor-Leste disponha de um sector bancário competitivo".
Um
setor, sublinha, "capaz de apoiar verdadeiramente os pequenos e médios
empresários que procuram soluções de financiamento para a expansão dos seus
negócios e que possibilite aos timorenses o acesso a condições bancárias para
que possam abrir o seu primeiro 'negócio' e melhorar as suas condições de
vida".
Além
de baixar a taxa de juro de crédito em Timor-Leste (que ronda os 16%) o
objetivo é introduzir um novo operador no mercado, criando um novo instrumento
financeiro que facilite o acesso ao crédito e a outros serviços bancários.
A
perceção, sublinha a fonte do Governo, é que é muito difícil aceder ao crédito
enquanto forma de financiamento para projetos e que, mesmo quem consegue
cumprir o nível de garantias exigido tem dificuldades com a elevada taxa de
juro.
Os
investidores assentam o seu projeto na captação de capitais estrangeiros que
possam ter em Timor-Leste níveis de rentabilidade mais elevados do que noutros
locais do planeta, criando assim capital para financiar outros projetos
localmente.
O
Banco Central tem até 105 dias para atribuir a licença provisória que dá,
depois de concedida, um ano aos investidores para instalarem o novo banco sem
que possam ainda começar a executar operações financeiras.
Quando
tiverem o banco instalado solicitam depois uma licença permanente.
Fonte
do gabinete de Xanana Gusmão explica que foi solicitada "celeridade"
na emissão da licença porque os investidores querem avançar com o resto do
processo rapidamente e estar a funcionar ainda no primeiro semestre do ano.
Com
cargos de responsabilidade em várias empresas no Sultanato de Omã e noutros
países do Médio Oriente, Masoud Al Harthy tem ligações ao grupo do Banco
Muscat.
Os
dois franceses são fundadores do Eagle Group of Companies, uma empresa ligada à
gestão de financiamento de projetos em vários países.
ASP
// FV.
Sem comentários:
Enviar um comentário