Macau
e Portugal acordaram a criação de "uma rede de escolas associadas",
que vai unir, por via de protocolos de geminação, escolas secundárias de ambos
os territórios, foi hoje anunciado.
O
anúncio foi feito hoje num comunicado conjunto da II reunião da Subcomissão da
Língua Portuguesa e Educação, constituída no âmbito da Comissão Mista entre
Portugal e a Região Administrativa Especial chinesa, que teve lugar a 20 e 21
de fevereiro, no Camões, Instituto de Cooperação e da Língua.
"As
partes acordaram a criação de uma rede de escolas associadas que unirá, por via
de protocolos de geminação, escolas secundárias de Portugal, preferencialmente
estabelecimentos de ensino onde decorre o projeto-piloto de oferta de mandarim,
em colaboração com o Instituto Confúcio (Hanban), e escolas da RAEM, onde é
ministrada a língua portuguesa", refere a nota divulgada pelo gabinete do
secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau.
Essa
rede "constituirá igualmente a plataforma privilegiada para o
desenvolvimento de outras áreas de cooperação bilateral que as partes
consideraram relevantes, nomeadamente ao nível da capacitação institucional no
domínio da produção de estatísticas em educação, desenvolvimento da educação
inclusiva, desporto escolar e adaptado, educação estética e artística do ensino
e formação profissionais, coordenação e liderança escolares, bem como da
promoção da leitura em língua portuguesa".
No
âmbito do ensino não superior, Portugal expressou "o seu reconhecimento
pelo apoio institucional e financeiro" que tem sido dado à Escola Portuguesa
de Macau, uma "referência no quadro das escolas portuguesas no
estrangeiro", refere o mesmo comunicado conjunto.
Já
ao nível do ensino superior e investigação foram sinalizadas como áreas
estratégicas prioritárias de cooperação" o desenvolvimento de projetos
conjuntos nos domínios da Investigação, Ciência e Tecnologia e de Estudos
Pós-graduados.
Neste
âmbito, Portugal e Macau congratularam-se pelo facto de ter sido assinado, na
sequência de a primeira reunião em 2015, um Memorando de Entendimento entre a
Fundação para a Ciência e a Tecnologia de Portugal e o Fundo para o
Desenvolvimento das Ciências e Tecnologias de Macau.
Assinalando
o reforço ao nível dos contactos entre instituições de ensino superior
portuguesas e de Macau e entre as suas estruturas representativas, como o
Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho
Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Portugal e Macau
reafirmaram também o propósito de continuar a trabalhar no processo de acesso
dos estudantes de Macau ao ensino superior em Portugal.
Nesse
âmbito enquadram os "avanços" ao nível do reconhecimento por parte das
instituições de ensino superior portuguesas do certificado de conclusão dos
estudos secundários na China e do novo exame unificado de Macau.
O
comunicado destaca como exemplo disso "a disponibilidade
demonstrada pelo CCISP no sentido de as instituições que compõem este Conselho
passarem a aceitar o exame unificado para efeitos de acesso ao ensino
superior".
"No
contexto do reconhecimento de graus académicos, as partes têm já em análise
técnica o texto do memorando de entendimento no qual será alicerçada a
cooperação neste domínio", refere o gabinete do secretário para os
Assuntos Sociais e Cultura de Macau.
Portugal
e Macau acordaram ainda a necessidade de continuar a colaborar na área da
formação inicial e contínua de professores, reconhecendo o grande progresso que
se tem verificado na RAEM e o trabalho desenvolvido nesse domínio pelas
autoridades da Região e pelas várias instituições académicas".
E,
neste sentido, "reconhecem como muito positiva a assinatura num futuro
próximo de um protocolo de cooperação entre o Camões e o Instituto Politécnico
de Macau", refere o comunicado sem facultar mais detalhes.
DM
// HB - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário