Díli,
15 mai (Lusa) - Timor-Leste tem de ter políticas educativas "pragmáticas e
realistas", definindo prioridades em questões que causam discordância como
a formação de professores, a língua veicular de ensino e a capacidade de gestão
escolar, disse hoje o primeiro-ministro.
Rui
Araújo falava na sessão de abertura do 3.º Congresso Nacional da Educação que
começou hoje em Díli sob o mote "A educação como pilar da consolidação da
Identidade e do Desenvolvimento da Nação", onde se deverão procurar
consensos para o setor educativo.
Um
debate centra-se sobre um setor que é o "centro nevrálgico" do
desenvolvimento da sociedade e que é essencial "na construção e formação
da identidade do indivíduo, na sua formação social e na formação dos seus
conceitos e valores sociais, morais e éticos", afirmou.
O
primeiro-ministro disse que é necessário definir de forma "clara e
inequívoca" os resultados desejados na educação (RDE), incluindo
responder, por exemplo, à pergunta sobre se "será possível, em 2020,
ensinar em português em todas as escolas".
"Como
vamos ultrapassar a barreira da literacia e da numeracia nas nossas crianças?
Como vamos apurar as reais necessidades pedagógicas e académicas e desenhar o
modelo mais adequado de formação dos professores?", questionou.
Os
RDE "devem servir como uma espécie de bússola norteadora para a adequação
dos currículos nacionais, para a adoção de métodos pedagógicos e mecanismos de
avaliação, para a capacitação profissional dos professores, e para a formação
de novos professores".
Para
isso deve-se aplicar um modelo dos "três P", conciliando Políticas
educativas, a implementação das Práticas e a Preparação dos professores,
salientou.
O
governante referiu-se à necessidade de evitar que os "definidores de
política" imponham o seu ponto de vista, que os académicos das
instituições de formação não atuem com "arrogância académica" e que
os gestores escolares deixem de pensar que são "únicos detentores do
conhecimento do terreno".
"É
inquestionável que as práticas nas escolas e a preparação de professores devem
ser guiadas por políticas bem definidas, mas também não é menos importante que
as políticas tenham em conta as realidades encaradas nas escolas e/ou
universidades, e que as políticas educativas devem, em última análise, suportar
o papel profissional dos professores, e não constituírem obstáculos para o
exercício cabal da profissão", defendeu.
O
3.º Congresso Nacional da Educação decorre em Díli até quarta-feira.
ASP//ISG
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