Voltou
a maldição das meias-finais com um Bravo nos penáltis
Aumenta
para seis o número de meias-finais perdidas. Quaresma, Moutinho e Nani
acertaram no... guarda-redes.
Terminou
no desempate por penáltis o sonho português nesta Taça das Confederações. O
sexto carrasco da seleção em meias-finais de grandes competições foi, pela
primeira vez, sul-americano e dá pelo nome de Chile, bicampeão da Copa América.
Num jogo bastante tático, o empate 0-0 com que terminou o prolongamento era
previsível, apesar de as duas equipas terem tido oportunidades para marcar,
especialmente os chilenos, que até se podem queixar da sorte. Depois, nos
pontapés de grande penalidade, Quaresma, Moutinho e Nani mataram o sonho e
elevaram o guarda-redes Claudio Bravo ao estatuto de herói da roja. Agora resta
o jogo de atribuição do terceiro lugar, no domingo.
O
jogo começou frenético, com Portugal a marcar posição logo de entrada com dois
lances junto da baliza do Chile, mas acabou por ser Rui Patrício o primeiro a
destacar--se quando um passe magnífico de Alexis Sánchez isolou Vargas, que não
conseguiu bater o guarda-redes português. Estavam abertas as hostilidades, com
André Silva a responder da mesma moeda, após cruzamento rasteiro de Cristiano
Ronaldo, que obrigou Bravo a uma intervenção difícil.
Os
chilenos, organizados em 4x4x2 losango, apostavam, como habitualmente, nos seus
laterais ofensivos e num meio-campo trabalhador, onde Arturo Vidal era o pivô
que tinha como missão abrir espaços para os avançados Alexis Sánchez e Vargas.
Fernando Santos estava prevenido para a forma de jogar dos campeões
sul-americanos e montou a equipa para não se desorganizar defensivamente, pois
isso seria fatal face ao futebol rápido do Chile, especialmente quando a bola
entra nas alas.
Nesse
sentido, William Carvalho e Adrien Silva jogavam muito próximos e muito perto
dos centrais para que não fosse concedido espaço entre a defesa e o meio-campo.
E, tirando o lance de Vargas, a seleção nacional conseguiu anular esse jogo
interior do adversário.
Em
várias fases da primeira parte, Portugal conseguiu recuperar rapidamente a bola
e partir para o contra-ataque, mas a forma aguerrida como jogam os chilenos
pedia que os portugueses decidissem rapidamente e com precisão, o que muitas
vezes não aconteceu, com a equipa a optar demasiadas vezes pelos cruzamentos,
na tentativa de explorar a baixa estatura do adversário, onde só Bravo e Pablo
Hernández tinham mais de 1,80 m.
Ferros
e falha no videoárbitro
Após
o intervalo o jogo ficou mais amarrado em termos táticos, com as duas equipas a
assumirem mais cautelas à medida que o tempo ia passando. Ainda assim, o Chile
entrou melhor com algumas jogadas mais perigosas, embora apenas por uma vez Rui
Patrício tenha brilhado, quando parou um pontapé de moinho de Vargas. A equipa
das quinas respondia sempre às investidas contrárias, mas tornou-se mais
efetiva quando Nani entrou em campo, na tentativa de explorar o lado esquerdo e
as subidas de Isla. André Gomes passou para trás do agora ponta-de-lança CR7,
começando Portugal a pressionar mais à frente, o que condicionou o jogo dos
chilenos. Ronaldo ainda esteve perto do golo, num cabeceamento, mas o
prolongamento era inevitável.
O
tempo extra foi jogado a um ritmo lento. No entanto, os chilenos podem
queixar-se do árbitro, do videoárbitro e da sorte nos instantes finais.
Primeiro foi José Fonte a pisar Francisco Silva na área, com o árbitro a mandar
seguir, tal como o videoárbitro. Depois foi um lance insólito, aos 118 minutos,
com Vidal a rematar ao poste e Martín Rodríguez a recargar para a barra. A
sorte de Portugal não se estendeu aos penáltis e Ricardo Quaresma, João
Moutinho e Nani permitiram que Claudio Bravo fosse o herói do jogo, que trouxe
de volta para Portugal o drama das meias-finais, interrompido pelo inédito
título europeu no verão passado.
Diário
de Notícias | Carlos Nogueira, enviado a São Petersburgo | Foto: REUTERS/GRIGORY
DUKOR
Ronaldo libertado
da seleção para ir "finalmente" conhecer os dois filhos
"Estou
muito feliz por poder, finalmente, estar com os meus filhos pela primeira
vez." Foi assim, na primeira, pessoa, que Cristiano Ronaldo confirmou esta
quarta-feira à noite que foi pai de gémeos. O jogador português vai deixar a
seleção na Rússia, e já não vai disputar o jogo em que se vai decidir o
terceiro lugar da Taça das Confederações. Na rede social Facebook explicou
porquê: foi libertado pelo selecionador para ir conhecer finalmente os dois
filhos, que nasceram antes do início da prova.
"Estive
ao serviço da seleção nacional, como sempre acontece, de corpo e alma, mesmo
sabendo que os meus dois filhos tinham nascido", confirmou o jogador na
sua página oficial de Facebook, explicando que agora irá finalmente estar com
eles. "Estou muito feliz por poder, finalmente, estar com os meus filhos
pela primeira vez."
A
notícia foi avançada em comunicado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF),
depois de Portugal ter sido afastado da final da competição pelo Chile, nas
grandes penalidades.
No
comunicado, a FPF esclarece que o jogador tinha informado o selecionador e o
presidente da estrutura de que tinha sido pai, antes do início da competição.
"O atleta, apesar do nascimento dos filhos, fez questão de ficar ao
serviço da Seleção Nacional, num gesto que devemos sublinhar e enaltecer",
salienta a federação.
No
entanto, o presidente da FPF e o selecionador "entendem que, na
impossibilidade de chegar ao objetivo de vencer a Taça das Confederações, devem
libertar o atleta para que este possa, finalmente, ir conhecer os seus
filhos".
Com
esta decisão, o capitão da seleção nacional já não viaja com o resto da
comitiva para Moscovo, onde a formação lusa vai disputar no domingo o jogo de atribuição
dos terceiro e quarto lugares.
Diário de Notícias
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