Suai,
Timor-Leste, 20 jun (Lusa) - O Presidente da República timorense disse hoje que
o investimento significativo do Governo no sul do país deve ser aproveitado com
o fortalecimento dos setores agrícola e turístico, exigindo uma aposta ainda
maior na formação de recursos humanos.
O
chefe de Estado falava a cerca de 15 quilómetros da vila de Suai, localizada a
cerca de 140 quilómetros sudoeste da capital, onde hoje inaugurou o Aeroporto
Internacional Comandante-em-Chefe das Falintil Kay Rala Xanana Gusmão.
"Poder
desenvolver rapidamente uma agricultura industrializada nesta área que possui
grandes potencialidades agrícolas e, em simultâneo construir estradas adequadas
e outras infraestruturas básicas para a satisfação das necessidades básicas do
nosso povo", disse Francisco Guterres Lu-Olo.
Considerando
a costa sul do país, em que se insere o projeto Tasi Mane, "uma espécie de
nova fronteira" de Timor-Leste, Lu-Olo disse que apesar de "ser rica
em recursos tem uma densidade populacional baixa".
"A
costa sul não está devidamente povoada. Contudo os solos mais férteis estão na
costa sul e a riqueza petrolífera está na costa sul", afirmou.
"A
construção de grandes infraestruturas aqui demonstra o arranque para a nova
fronteira", explicou ainda.
A
inauguração decorreu perante várias individualidades timorenses incluindo o
presidente do Parlamento, Adérito Hugo da Costa, o chefe do Governo Rui Maria
de Araújo, vários membros do executivo e deputados.
Presente
e em lugar de destaque esteve também Xanana Gusmão, ministro do Planeamento e
Investimento Estratégico que cumpre hoje 71 anos e que, depois da inauguração,
participou na vila de Suai na abertura da campanha eleitoral do seu partido, o
CNRT, para as eleições legislativas de 22 de julho.
O
aeroporto, que começou a ser construído em 2014, insere-se no mais amplo
projeto Tasi Mane, de desenvolvimento de toda a costa sul do país.
Este
projeto inclui a construção da Base de Apoio de Suai -, zonas logísticas,
residenciais e industriais - a refinaria de Betano, uma unidade de
processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL), um porto, a autoestrada
Suai-Beaçu e o gasoduto até ao campo Greater Sunrise, no Mar de Timor.
Na
preparação do Orçamento do Estado para 2016 o Governo atualizou o custo total
do projeto para 93,7 milhões de dólares.
Para
o chefe de Estado o esforço de desenvolver o sul do país "torna relevante
a construção de um complexo aeroportuário" em Suai, um investimento que
"exige tempo para que se alcancem retornos".
Além
de reforçar a mobilidade dos timorenses, tornando mais rápida a ligação entre o
norte e o sul do país, o aeroporto exige "o bom desempenho noutros setores
de atividade" como o turismo, que pode ser potenciado nesta região, disse.
Lu-Olo
recordou que a região viveu grandes massacres durante o período imediatamente
após a divulgação dos resultados do referendo de 1999, em que os timorenses
escolheram a independência.
O
projeto inclui o alargamento e reforço da pista do aeroporto para 1.500 metros
de comprimento e 30 de largura, zonas de proteção e de estacionamento, sistema
de drenagem e estruturas de segurança do perímetro.
Sistemas
de controlo e de apoio à navegação, torre de controlo, estação de meteorologia
e o que será, para já, o melhor terminal do país, fazem ainda parte do projeto
que, segundo a petrolífera nacional timorense, a Timor Gap, "permitirá
aumentar os serviços de passageiros e carga para a indústria petrolífera".
ASP
// JPF | Foto TATOLI / António Gonçalves
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