Macau,
China, 20 jun (Lusa) -- A Santa Casa da Misericórdia de Macau vai enviar 200
mil euros para a União das Misericórdias Portuguesas, com o objetivo de apoiar as
vítimas dos incêndios que afetam Portugal, anunciou hoje a instituição.
Numa
nota à imprensa, a Santa Casa de Macau manifesta "o mais profundo pesar e
consternação pela enorme tragédia que se abateu sobre o concelho de Pedrógão
Grande, com o devastador incêndio do passado fim de semana, que causou grande
número de vítimas e avultados danos materiais, nas várias localidades
atingidas".
Os
200 mil euros, "destinados ao apoio às vítimas e aos esforços de
reabilitação e de auxílio às famílias mais afetadas pelos incêndios",
serão canalizados para a União das Misericórdias Portuguesas, que fará a
distribuição consoante as necessidades e gravidade, em todo o país.
O
dinheiro será enviado na quarta-feira de manhã, disse à Lusa o provedor da
instituição de Macau, António José de Freitas.
Esta
iniciativa junta-se à da Casa de Portugal em Macau (CPM) que, na segunda-feira,
abriu uma conta solidária para recolher donativos destinados a ajudar as
vítimas do incêndio em Pedrógão Grande, que já matou 64 pessoas.
"A
Casa de Portugal em Macau manifesta o seu profundo pesar pela tragédia que atingiu
as populações de Pedrógão Grande e concelhos em redor [e] apresenta sentidas
condolências aos familiares das vítimas mortais e formula votos de rápidas
melhoras a todos os feridos", indicou a CPM num 'post' publicado na sua
página na rede social Facebook, em que anuncia a abertura de uma conta
solidária.
"Achamos
que era importante porque, apesar da distância, somos parte do país que está a
atravessar esta tragédia", afirmou a presidente da CPM, Amélia António, à
agência Lusa, indicando que a iniciativa figura como o "possível" que
se pode fazer a milhares de quilómetros de Portugal, e mostra que "os
portugueses em Macau também estão em cima do assunto".
O
destino em concreto dos donativos depositados na conta solidária aberta no
Banco Nacional Ultramarino (BNU) -- com o número 9014444997 -- vai ser definido
"a seu tempo", até porque "as coisas ainda estão a
acontecer", disse Amélia António, referindo-se nomeadamente ao facto de os
incêndios ainda estarem a ser combatidos.
O
Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong tem disponível até hoje um
livro de condolências para "todos aqueles que desejem manifestar o seu
pesar pelos que perderam a vida e restantes vítimas deste terrível
desastre", segundo informação publicada na sua página de Facebook.
De
acordo com um comunicado oficial divulgado na segunda-feira, o chefe do
Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, enviou uma carta ao Presidente da
República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, endereçando condolências pelo
devastador incêndio.
Chui
Sai On endereçou ainda "as mais sentidas condolências às vítimas e às suas
famílias", manifestando solidariedade para com "todos os envolvidos
nesta tragédia" e para com "todos aqueles que, no terreno e em
circunstâncias críticas, continuam a combater este terrível incêndio".
"Acredito
que sob a sua liderança, senhor Presidente, o povo português conseguirá
enfrentar este momento particularmente duro e ultrapassar esta situação
dramática", conclui o chefe do executivo.
O
incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de
Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 150 feridos, segundo um balanço
divulgado hoje.
O
fogo começou em Escalos Fundeiros e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e
Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.
Desde
então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho
da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.
Este
incêndio já consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados
do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.
ISG
(DM) // MCL
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