Macau,
China, 22 jun (Lusa) -- Seis filmes de realizadores portugueses integram o
segundo Festival Internacional de Documentário de Macau (FIDM ou MOIDF, na
sigla em inglês), que arranca a 08 de julho, na Cinemateca Paixão.
"Ama-san",
documentário que Cláudia Varejão rodou no Japão, acompanhando uma comunidade de
mulheres que se dedica à prática milenar de pesca por mergulho em apneia é uma
das produções portuguesas apresentadas no certame.
Falado
em japonês, com legendas em inglês e chinês, o filme premiado no DocLisboa 2016
resulta de um trabalho de pesquisa de Cláudia Varejão, no Japão, em torno de
pescadoras que apanham moluscos e bivalves, mergulhando sem garrafas de
oxigénio, respeitando técnicas tradicionais e rituais antigos.
Com
um total de 27 filmes de várias partes do mundo, incluindo Taiwan e Hong Kong,
o festival inclui uma Secção Portuguesa com cinco documentários.
"Rio
Corgo" (2015), da polaca Maya Kosa e do português Sérgio da Costa, e que
recebeu o prémio para melhor filme português no Festival DocLisboa, é o
primeiro dos filmes em exibição nesta secção.
Outro
dos destaques na secção dedicada aos criativos portugueses é a "A Caça
Revoluções" (2014), o primeiro filme de Margarida Rêgo, uma animação
experimental sobre fotografia, que tem como mote a Revolução de Abril de 1974,
a partir de uma fotografia tirada na época.
"Balada
de Um Batráquio" (2016), curta-metragem da realizadora Leonor Teles,
vencedora do Urso de Ouro do Festival de Berlim e premiada no Festival
Internacional de Cinema de Hong Kong em 2016, também vai ser exibida em Macau.
Do
luso-americano Gabriel Abrantes chega "Uma Breve História da Princesa
X" (2016), a escultura na base do escândalo do Salão Internacional de Arte
de Paris, em 1920, dedicado ao escultor Constantin Brancusi e à escritora Marie
Bonaparte, um filme que no ano passado teve a sua antestreia na Tate Britain,
em Londres, no Reino Unido.
"Cidade
Pequena" (2016), a curta-metragem que valeu a Diogo Costa Amarante o Urso
de Ouro no festival de Berlim deste ano, encerra os filmes da secção
portuguesa.
O
2.º Festival Internacional de Documentário de Macau é uma colaboração entre a
Cinemateca Paixão e a Comuna de Han-Ian.
Assente
em dois conceitos -- "Tempo" e "Crescimento" --, e no tema
"Imagem do Tempo", o festival abre com "Small Talk"
(Taiwan), uma complexa história sobre a cineasta Hui-chen, que venceu o Prémio
Teddy para Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema de Berlim
2017.
A
cineasta japonesa Naomi Kawase vai ser a "realizadora em foco" da
segunda edição do FIDM, com a exibição de seis dos seus documentários,
incluindo "Embracing", "Katatsumori" e "Chiri",
os quais retratam a mesma personagem ao longo da vida.
Nascida
em Nara, no Japão, Naomi Kawase tornou-se em 1997 a mais jovem realizadora de
sempre a ganhar a Camera d'Or no 50.º Festival Internacional de Cinema de
Cannes e vai estar em Macau para partilhar a sua experiência com o público.
Outros
destaques do certame são o filme de ficção "Suzaku", também de Naomi
Kawase, "Brothers", descrito como uma versão documentário do filme
"Boyhood", e "Still Tomorrow", filme de Jian Fan sobre uma
mulher agricultora que se torna poeta, distinguido no Full Frame Documentary
Film Festival (IDFA).
O
segundo Festival Internacional de Documentário de Macau termina a 30 de julho.
FV
(AYS/MAG/SS) // TDI
Sem comentários:
Enviar um comentário