Díli,
18 out (Lusa) - O líder parlamentar do maior partido da oposição timorense
disse hoje que a formação decidiu integrar uma aliança de maioria parlamentar
para tentar que a legislatura se mantenha e se evitem eleições antecipadas.
Arão
Noé Amaral disse à Lusa que essa é a vontade do partido liderado por Xanana
Gusmão, o Congresso Nacional de Reconstrução Timorense (CNRT), refletido na
decisão do partido se unir com o Partido Libertação Popular (PLP) e com o
Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) para formar a Aliança de
Maioria Parlamentar (AMP).
O
deputado disse que o CNRT não tinha mudado de posição e quer continuar na
oposição, como reiterou esta semana Xanana Gusmão, durante uma visita à ilha da
Madeira.
A
decisão de integrar é "para não deixar que se o Governo cair se vá para
eleições antecipadas", disse Arão Amaral, numa referência a um dos
cenários a que o Presidente timorense pode recorrer se o programa do Governo
for chumbado duas vezes e, consequentemente, o Executivo cair.
"Fizemos
uma alternativa com a aliança de três partidos para assegurar, se este programa
não passar, que temos uma alternativa para garantir a governação até fim do
mandato da quarta legislatura", disse.
Arão
Amaral reiterou que essa é "a decisão do partido e não da bancada",
que "a bancada está a executar a política do partido e também está lá
dentro a orientação" de Xanana Gusmão.
"Xanana
Gusmão disse que quer ser oposição. Quer estar na oposição para aprender se o
programa passar. Mas se não passar, o CNRT como segundo mais votado tem uma
aliança para garantir as coisas", disse.
"Por
isso queremos salvaguardar para não se avançar para antecipadas porque temos
uma força alternativa que garante um governo estável para a sua
governação", acrescentou.
O
líder da bancada do CNRT disse não haver contradição entre as posições dos
partidos da AMP. "Há diferenças", mas também um esforço de procura de
entendimento, sublinhou.
O
programa do Governo está em debate até na sexta-feira, no máximo, podendo
qualquer das bancadas apresentar uma moção de rejeição, depois da qual o
Governo tem até 30 dias para regressar novamente com o programa ao parlamento.
Se
esse documento for novamente chumbado, o Governo cai.
ASP
// EJ | Foto: emissão GMN TV
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