Díli, 18 jan (Lusa) - O
primeiro-ministro timorense afirmou hoje que vai ao Parlamento, no final do
mês, para "desmontar" a moção de censura, que considerou "sem
mérito", apresentada pela oposição maioritária e cuja previsível aprovação
implicará a queda do Governo.
"Vou desmontar aquele
papelzinho que chamam de moção de censura e que não tem mérito nenhum. Não há
razão nenhuma, substancial, de matéria, para haver moção de censura",
disse Mari Alkatiri à Lusa no Palácio Presidencial, em Díli.
Questionado sobre se continuará
em funções se o Governo cair e ficar em gestão até à tomada de posse do
próximo, Alkatiri remeteu os comentários para depois do debate.
"Deixa chegar o dia 31 de
janeiro e depois falaremos. Deixa chegar esse dia", afirmou, referindo-se
ao dia em que a moção começa a ser debatida no Parlamento Nacional.
Mari Alkatiri falava aos
jornalistas depois do encontro semanal com o Presidente timorense, Francisco
Guterres Lu-Olo, em que deu conta da recente ação do Governo.
A 31 de janeiro, o Governo vai ao
Parlamento Nacional para responder a uma moção de censura apresentada pela
oposição maioritária, num debate que pode durar até três dias e terminar, a 02
de fevereiro, com a queda do executivo.
Timor-Leste vive há vários meses
um período de incerteza política depois de a oposição ter chumbado o programa
do Governo e uma proposta de Orçamento Retificativo, apresentando depois a
moção de censura ao executivo e uma proposta de destituição do presidente do
Parlamento.
No final de 2017, o Parlamento
esteve um mês sem sessões plenárias com o presidente Aniceto Guterres a
defender que isso ocorria por estar em debate o Orçamento Retificativo,
entretanto chumbado. Este ano ainda não houve qualquer sessão plenária, apesar
do regimento definir que se realizam normalmente às segundas e terças-feiras.
Se o Governo cair, o Presidente
timorense poderá escolher entre uma nova solução governativa com o atual
Parlamento, um Governo de iniciativa presidencial, ou a convocação de eleições
presidenciais que só podem ser convocadas seis meses depois das anteriores, que
ocorreram a 22 de julho.
Um voto só podia decorrer dois
meses depois, o que implica que as eleições seriam realizadas apenas depois do
início de abril.
ASP // EJ | Foto média PR
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