Sydney, 15 fev (Lusa) -- O
primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, proibiu as relações sexuais
entre ministros e "subalternos", uma medida adotada na sequência do
episódio que envolveu o vice-primeiro-ministro, Barnaby Joyce.
"Hoje acrescentei às normas
(ministeriais) uma disposição clara e inequívoca: os ministros, sejam casados
ou solteiros, não podem manter relações sexuais com o 'staff'. Não cumprir a
norma constitui uma violação às normas", disse o primeiro-ministro e líder
do Partido Liberal.
"Não estou aqui para pregar
moralidade", acrescentou o chefe do Governo em declarações aos
jornalistas, em Camberra, sublinhando que é "preciso reconhecer ser
inaceitável que em 2018 os ministros tenham relações sexuais com alguém"
com quem se trabalha.
Turnbull disse também que o
vice-primeiro-ministro cometeu um "erro de avaliação
contraproducente" em relação ao romance que mantém com a ex-assessora de
imprensa.
A imprensa australiana divulgou,
na semana passada, que a ex-assessora está grávida e que o pai é o
vice-primeiro-ministro, um assunto que foi encarado como um escândalo por
alguns setores da sociedade australiana.
Em 2017, Joyce, líder do Partido
Nacional, aliado tradicional do Partido Liberal, separou-se da mulher com quem
esteve casado desde 1993 e de quem tem quatro filhos.
O vice-primeiro-ministro foi um
dos defensores dos "valores da família" durante a campanha para a legalização
dos casamentos entre duas pessoas do mesmo sexo, no ano passado.
A forma como Joyce, 50 anos,
mantinha a relação com a ex-assessora de imprensa, de 33 anos, e o fim do
casamento tem sido criticada por alguns membros do Partido Nacional que o
acusam de ter prejudicado a imagem da formação política que representa o setor
conservador e rural australiano.
O Senado da Austrália, aprovou
hoje uma "moção simbólica" apoiada pelos Verdes e pelos Trabalhistas,
na oposição, que pedem a renúncia de Joyce do cargo que ocupa no Executivo.
PSP // SB
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