sábado, 17 de fevereiro de 2018

Governo timorense aprova alterações a decretos eleitorais e ao valor de subvenção a partidos


Díli, 14 fev (Lusa) - O Governo timorense aprovou um conjunto de alterações aos decretos eleitorais para, entre outros aspetos, facilitar o recenseamento de estudantes que estão em Díli, definindo o valor de 4 dólares (3,24 euros) por voto como subvenção aos partidos políticos.

As alterações, aprovadas na reunião de terça-feira do Conselho de Ministros incluem uma proposta de decreto-lei, apresentada pelo ministro da Administração Estatal, Valentim Ximenes, que define a nova forma de subvenção partidária.

"O cálculo do valor total da subvenção será realizado em razão do número total de votos obtidos pelos partidos políticos conforme o acórdão Judicial que validou a eleição, proclamando os resultados eleitorais", refere o executivo em comunicado.

Fonte do executivo confirmou à Lusa que foi deliberado que os candidatos presidenciais receberão de forma imediata 4 dólares por voto obtido nas eleições de março do ano passado.

Os partidos políticos receberão igualmente 4 dólares por voto obtido nas eleições legislativas de 22 de julho mas esse valor só lhes será entregue quando for aprovado o Orçamento Geral do Estado de 2018.

Em concreto, a subvenção aos 21 partidos políticos que participaram no voto de 22 de julho será de cerca de 2,27 milhões de dólares, com a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) a receber cerca de 674 mil, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) a receber de 669 mil e o Partido Libertação Popular (PLP) a receber cerca de 240 mil dólares.

Entre os restantes partidos com assento parlamentar, o Partido Democrático (PD) receberá cerca de 222 mil dólares e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) receberá cerca de 144 mil dólares.

No que se refere aos partidos sem assento parlamentar o valor varia entre os 63.500 do PUDD e os apenas 2.676 do PTD, que só obteve 669 votos.

Sendo que grande parte das alterações "são pontuais", segundo fonte do executivo, as mudanças mais significativas referem-se à atualização dos cadernos eleitorais com medidas que visam facilitar o processo para que estudantes a estudar em Díli se possam recensear aqui sem ter que regressar aos seus locais de naturalidade.

Foi ainda aprovada uma resolução sobre o recenseamento eleitoral no estrangeiro que "procura assegurar às comissões recenseadoras o apoio necessário para o exercício das suas competências e promoção da inscrição dos cidadãos timorenses na diáspora durante o recenseamento para as eleições antecipadas".

O Conselho de Ministros aprovou ainda uma proposta de resolução apresentada por Vicente Ximenes "relativa à aquisição de equipamentos e materiais eleitorais para as eleições legislativas a realizar em 2018".

Segundo o Governo, "esta resolução tem como objetivo assegurar a organização e realização do processo eleitoral para o Parlamento Nacional através da aquisição de equipamentos e materiais eleitorais que assegurem o processo de receção de candidaturas dos partidos políticos, as atividades de formação dos oficiais eleitorais e a realização das operações de sufrágio ou escrutínio eleitoral".

O Governo aprovou ainda alterações aos decretos do executivo sobre a organização e o funcionamento dos centros de votação e os procedimentos de votação, contagem dos votos e de apuramento dos resultados no país e no estrangeiro.

"As alterações apresentadas preveem que o secretário da estação de voto, na presença dos representantes dos partidos políticos, deve aferir se o acompanhante foi livremente escolhido pelo eleitor para o acompanhar no exercício do seu direito de voto", explica uma nota do Governo.

Recorde-se que o Presidente da República timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, decidiu dissolver o Parlamento Nacional e a convocatória de eleições antecipadas para 12 de maio como solução para o impasse político que se vivia em Timor-Leste.

ASP // SB

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