Ainaro, Timor-Leste, 10 abr
(Lusa) - As forças políticas candidatas às eleições legislativas antecipadas de
12 de maio em Timor-Leste iniciaram hoje a sua campanha com ações em vários
pontos do país, num dia em que se ultimou o modelo para o boletim de voto.
A Frente Revolucionária do
Timor-Leste Independente (Fretilin), que lidera a coligação no Governo,
arrancou a sua campanha com um comício em Manatuto (65 quilómetros leste de
Díli) onde estiveram alguns dos principais líderes do partido, incluindo o
secretário-geral, Mari Alkatiri.
Também presente esteve José
Ramos-Horta, ministro de Estado no atual Governo, que integra como
independente.
A Fretilin foi a primeira das grandes
forças políticas a tornar público o seu programa eleitoral, divulgando à
imprensa e nas redes sociais um documento em tétum e português sob o mote da
campanha: "Timor-Leste não pode esperar mais. Está na hora".
A Fretilin defende no documento
que Timor-Leste deve "embarcar (...) numa nova agenda nacional de
transformação económica e de modernização social", dando prioridade à
inovação e reforçando a produção nacional.
Consolidar a coesão social,
combater assimetrias e a pobreza e tornar Timor-Leste um país "credível,
aberto e favorável ao investimento externo" são outras das linhas mestras
do documento, que assenta em quatro grandes áreas: social, desenvolvimento e
infraestruturas, economia e modernização institucional.
Já a Aliança de Mudança para o Progresso
(AMP), que reúne as três forças da oposição maioritária no Parlamento Nacional,
iniciou a campanha com um grande comício no centro da vila de Ainaro, a cerca
de 130 quilómetro sul da capital.
Os três principais líderes da AMP
- Xanana Gusmão, Taur Matan Ruak e José Naimori - dominaram o palco, onde
estiveram ainda o líder da Sagrada Família, L7, dirigentes de outras forças
políticas e representantes de grupos de artes marciais, como o Korka e a Kerah
Sakti.
O comício foi transmitido em
direto por um canal de televisão privado timorense, a GMN TV, que anunciou
durante a transmissão que o programa era da "exclusiva
responsabilidade" da AMP.
A campanha da AMP começou sem que
o programa do partido tenha sido divulgado à imprensa ou nas páginas da
coligação nas redes sociais.
A Lusa solicitou o programa a
vários responsáveis da coligação, mas, até ao momento, ainda não recebeu
qualquer texto.
Já a máquina eleitoral do Partido
Democrático (PD) - que integra a coligação de Governo liderada pela Fretilin -
começou a sua campanha com comícios e encontros no enclave de Oecusse-Ambeno,
incluindo um comício na zona de Tono.
O dia ficou ainda marcado por uma
declaração do Conselho Nacional da Juventude de Timor-Leste (CNJTL) e do Fórum
de Comunicação da Juventude Partidária (FKJP) que defendeu a necessidade de
todas as forças políticas respeitarem o compromisso com a paz e estabilidade,
antes, durante e depois do processo eleitoral.
Em termos do processo eleitoral
em si, responsáveis do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE)
estiveram hoje reunidos com representantes das oito forças políticas
concorrentes às eleições e com responsáveis da Comissão Nacional de Eleições
(CNE) para fechar o modelo do boletim de voto.
O boletim deverá começar a ser
impresso esta semana na Gráfica Nacional.
ASP // FPA
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