Ao abandonarem o Conselho dos
Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos
acusaram a organização de não fazer justiça ao nome por ter como
estados-membros países como a Venezuela e a China.
David Chan | Plataforma | opinião
No dia 18 de junho, os EUA,
autoproclamados defensores dos direitos humanos, representados pela embaixadora
na ONU, Nikki Haley, e pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, acusaram o
Conselho num comunicado à imprensa de parcialidade política e proteção de
estados-membros violadores de direitos humanos. Nikki Haley acusou ainda o
Conselho de “preconceito crónico” contra Israel. De seguida, Haley e Pompeo
anunciaram em conjunto a saída dos Estados Unidos do Conselho dos Direitos Humanos
da ONU, com Haley a acrescentar que, olhando para os estados-membros do
Conselho, facilmente se encontram violadores dos mais básicos direitos humanos.
As nações em questão salientadas por Haley incluem a Venezuela, a China, Cuba e
a República Democrática do Congo. Pompeo também deixou críticas ao Conselho,
acusando-o de “hipocrisia descarada”. Stéphane Dujarric, porta-voz do
Secretário-Geral das Nações Unidas, disse em comunicado que o desejo deste é
que os EUA permaneçam no Conselho, o qual desempenha um papel vital na promoção
e proteção de direitos humanos a nível mundial.
Depois da saída ter sido
anunciada, 12 organizações não-governamentais dedicadas a salvaguardar os
direitos humanos e a proteção infantil escreveram uma carta ao secretário de
Estado Mike Pompeo, mostrando o seu descontentamento para com esta decisão. Na
carta, as mesmas reconhecem o facto de existirem algumas áreas preocupantes no
funcionamento do Conselho, porém não sendo estas razões suficientes para
justificar a saída dos Estados Unidos, causando apenas danos ao mesmo.
Entidades de amnistia internacionais também já apelaram a uma revogação desta
decisão, ao mesmo tempo reconhecendo e concordando com os problemas salientados
pelos Estados Unidos. Todavia, o presidente norte-americano, Donald Trump,
decidiu mais uma vez ignorar as promessas americanas de proteção de direitos e
liberdade humanos. É claro que o Conselho dos Direitos Humanos não é perfeito,
e os estados-membros são muitas vezes questionados, no entanto, este continua a
ser uma força importante na promoção da responsabilização e justiça
nesta área.
O primeiro-ministro israelita,
Benjamin Netanyahu, aplaudiu a decisão americana, dizendo ainda o seguinte no
Twitter: “A decisão de saída dos EUA desta organização facciosa é uma mensagem
clara.”
Com a saída, os EUA são agora
cada vez mais criticados por grupos de proteção de direitos humanos. Estes
acusam Trump de separar mais de duas mil crianças dos pais depois de as
famílias terem entrado ilegalmente no país.
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