sábado, 26 de janeiro de 2019

Governo timorense quer abrir nova frequência para ligação aérea entre Díli e Bali


Díli, 25 jan (Lusa) -- O Governo timorense autorizou uma nova companhia aérea a operar na rota entre Díli e a Indonésia como medida para aumentar a competitividade na ligação e reduzir os preços, disse à Lusa a responsável do regulador do setor.

"Já aprovámos a abertura de uma nova frequência para ter um outro operador na ligação com a Indonésia", disse à Lusa Rosália Ximenes Varela presidente do Conselho de Administração da Autoridade de Aviação Civil de Timor-Leste (AACTL).

"Timor-Leste não tem aviões próprios por isso precisamos de recorrer a voos de outros países", explicou.

Rosália Varela disse que a autorização permitirá voos para Kupang e Bali e que espera que essas rotas possam "começar em breve".

Os comentários surgem perante o aumento da preocupação em Timor-Leste relativamente aos preços cada vez mais elevados das ligações aéreas para o país.

Em particular no caso da ligação entre Díli e Bali, a mais movimentada do país, cujos preços mais que duplicaram nos últimos meses, estando a ser vendidos a preços que variam entre os 400 e os 650, ida e volta.

Sem companhia área própria, Timor-Leste depende de empresas de outros países para as suas ligações aéreas sendo que, atualmente, o país é servido por três monopólios, uma para cada um dos destinos.

Em concreto a australiana Air North (do grupo Qantas) na ligação até Darwin, as indonésias Nam Air, Sriwijaya e Citilink (todas do grupo Garuda) na ligação a Bali e, no caso da ligação até Singapura, voos da Air Timor feitos em formato 'charter' com aviões da SilkAir, do grupo Singapore Airlines.

"Estamos preocupados com o assunto e a ver o que podemos fazer", disse Rosália Varela.

Questionado pela Lusa sobre o assunto, o primeiro-ministro Taur Matan Ruak também admitiu à Lusa preocupação, recordando que o Governo "defende o mercado livre" onde o preço é determinado pela oferta e procura.

"É o mercado que determina. Quando há muita procura o preço aumenta. Quando há menos procura o preço baixa. Pior ainda quando não há competição", disse.

"É uma questão que vai ser discutida, esperamos encontrar uma solução. Não acredito que seja tão simples como a gente pensa, mas espero que consigamos chegar a uma solução", disse.

Uma das soluções, mas também uma das opções mais complexas tem sido a possibilidade de Timor-Leste ter uma empresa aérea nacional.

Florêncio Sanches, diretor executivo do Serviço de Registo e Verificação Empresarial (SERVE), disse à Lusa que tem havido interesse crescente nessa possibilidade, mostrando-se disponível para ajudar no diálogo com o Governo.

"Cinco empresas contactaram-nos manifestando interesse em estabelecer uma companhia área neste país. Ainda estão na fase de consultas", disse à Lusa.

"Não é só complicado, mas é arriscado também. Mas temos que fazer qualquer coisa nesta área. São empresas de vários países que estão a estudar isso, algumas são empresas aéreas outras são investidores disponíveis para apostar no setor", explicou.

"Alguns querem voar para Hong Kong, Sydney, Jacarta e depois daí para outras ligações", disse.

Rosália Varela disse que, até ao momento, ainda não deu entrada na AACTL qualquer pedido, mas que o regulador está disponível para ajudar qualquer empresa aérea.

"Estamos abertos a essas propostas, mas até ao momento ainda não recebemos qualquer proposta ou candidatura. Estamos sempre preparados para trabalhar com qualquer empresa que queira trabalhar com Timor-Leste", disse.  

ASP // JPF

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