sábado, 26 de janeiro de 2019

Parlamento timorense começa a debater na próxima semana orçamento vetado pelo PR

Díli, 25 jan (Lusa) -- O Parlamento Nacional timorense começa a reapreciar na próxima semana o Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2019, vetado pelo Presidente da República, num processo que deverá ser "relativamente rápido", confirmou à Lusa o presidente do órgão de soberania.

"Na reunião de hoje dos líderes das bancadas fixamos o calendário de reapreciação para começar no dia 31", disse à Lusa Arão Noé Amaral.

"Nessa altura pode haver duas opções: ou confirmação de votos ou propostas de alteração. A confirmação ou eventuais propostas de alteração dependem dos deputados e das bancadas", explicou.

Arão Noé Amaral disse que em caso de confirmação o processo pode durar apenas um dia, com cada bancada a ter direito a uma intervenção a que se seguiria uma nova votação global final do diploma -- opção que exige dois terços dos deputados presentes -- que será depois enviado ao chefe de Estado.

Nesse cenário o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, terá obrigatoriamente que o promulgar num período de oito dias.

"Se houver alteração, e dependendo das propostas que os deputados submeterem, poderá durar um ou dois dias. Se as propostas forem consideradas e votadas e aprovadas, o OGE baixa novamente à comissão C para a redação final e é enviado ao senhor Presidente da República", explicou.

No segundo caso a lei consideraria que se trata de um OGE novo que, como tal, necessita apenas de aprovação por maioria simples, sendo que o Presidente voltaria novamente a ter 30 dias para o apreciar podendo novamente exercer o direito de veto.

As três bancadas da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), a coligação do Governo, deverão analisar nos próximos dias a sua posição relativamente ao veto presidencial.

Na mensagem enviada ao parlamento, Lu-Olo pede uma "nova apreciação parlamentar que possa considerar uma utilização justa, equilibrada e sustentável e mais eficiente dos recursos financeiros de que o Estado e o Povo de Timor-Leste dispõem para a satisfação das suas necessidades essenciais e o crescimento e desenvolvimento nacional".

Para justificar a sua decisão, Lu-olo questiona a "insustentabilidade agravada do OGE 2019" o facto de adotar uma política económica e financeira assente numa "orientação contrária à Constituição e às leis estruturantes", o "desequilíbrio orçamental acentuado" e a falta de políticas alternativas.  

ASP // SB

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