Díli, 25 jan (Lusa) -- O
Presidente da República timorense iniciou hoje a campanha "Um cidadão, uma
árvore" com o objetivo de liderar um esforço para plantar um milhão de
árvores até ao final do seu mandato, em 2022.
"Este slogan pretende chamar
a atenção de todos para o papel de cada cidadão como uma força coesa, capaz de
expressar a vontade coletiva: florestar o nosso país para garantir um ambiente
são e saudável para as gerações atuais e futuras", afirmou Francisco
Guterres Lu-Olo.
"Em qualquer país do mundo,
um futuro próspero e saudável significa viver num ambiente 'verde' e
diversificado, seja nas montanhas ou nas planícies, nos ribeiros, nas margens
dos lagos e nas zonas costeiras", disse ainda.
A campanha foi hoje lançada em
três zonas dos arredores da capital timorense - Tasi Tolu, Gólgota e Marabia --
numa cerimónia na qual participaram várias individualidades nacionais e
internacionais e representantes de diversas estruturas da sociedade civil.
As primeiras de um grupo de 3.600
árvores começaram hoje a ser semeadas nas zonas abrangidas, com o processo de
plantação a continuar agora de foram regular.
Envolvendo várias instituições do
país, a campanha começa, para já, nas três zonas de Díli, mas será
progressivamente ampliada.
Cada uma das áreas escolhidas tem
"um significado especial" para Timor-Leste: Tasi Tolu porque foi a
zona foi visitada há 30 anos pelo papa João Paulo II e Golgata por ali estar a
gruta de N.ª Senhora, recordou Lu-Olo.
"No entanto, estas duas
áreas correm o risco de perderem a sua beleza natural. Existem já várias zonas
desflorestadas, tendo-se verificado desabamento de terras devido ao corte de
árvores para fazer face às necessidades diárias da população", disse.
Marabia, por seu lado, foi um
local importante da resistência à ocupação indonésia, tendo sido ali que
"os guerrilheiros deram sinal de que a luta pela libertação nacional
continuava viva".
"O primeiro sinal surgiu a
10 de junho de 1980 com o ataque em Marabia que precedeu a primeira conferência
para a reorganização da Resistência Nacional em 1981 em Maubai, na região
militar central", disse.
"Este local histórico
merece, por isso, a nossa atenção especial. Também aqui se tem verificado
desabamento de terras devido ao corte indiscriminado e abusivo de árvores. É
nosso dever florestar e restaurar o esplendor de Marabia. Futuramente, Marabia
fará parte dos roteiros de turismo histórico", afirmou.
Lu-Olo saudou os vários grupos da
sociedade civil timorense que, nos últimos tempos, têm intensificado os esforços
para lidar com os vários problemas ambientais em Timor-Leste.
A desflorestação das zonas
montanhosas timorenses continua bastante elevada, com as famílias a recorrerem
às árvores como combustível para cozinhar ou como material para casas e outras
estruturas.
Esse processo, a par de uma
construção desordenada, especialmente nas montanhas em redor de Díli, tem
agravado a erosão, com toneladas de terra a serem arrastadas para as zonas
baixas em períodos de chuvas fortes.
"A partir de hoje, esperamos
que cada cidadão se comprometa ainda mais a honrar este grande compromisso:
plantar uma árvore e cuidar dessa árvore até ter as suas raízes bem firmes na
terra e os seus ramos carregados de folhas", disse.
"Desafiamos todos os
cidadãos, de todas as idades, homens e mulheres, a plantarem árvores em locais
que lhes permitam prestar os cuidados necessários ao longo das diferentes fases
de crescimento", afirmou, referindo que a campanha vai chegar a todas as
aldeias do país.
ASP // JMC
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