Foi-lhes dado
um ultimato: ou aceitavam ir para um qualquer canto desconhecido do país, onde
não lhes era assegurado acompanhamento, ou lhes era retirado o único apoio até
aqui prestado: um teto. Desumanidade, descoordenação e manifesta insuficiência:
assim se regem as políticas de acolhimento de imigrantes.
Lisboa
“ganhou” na segunda-feira mais nove sem-abrigo, o mais novo com dezanove anos.
Estão a dormir em tendas cedidas pela sociedade civil. À chuva. A história de
cada um deles tem contornos distintos, mas uma matriz comum: um sistema e
instituições desumanos que não se compadecem com os direitos de quem procura
uma vida digna.
Não são os
primeiros sem-abrigo timorenses a morar nas ruas de Lisboa. Depois de um grupo
alargado de mais de 40 pessoas a viver no largo do Martim Moniz, também o
Terreiro do Paço, junto ao cais fluvial, chegou a acolher perto de 70 pessoas.
O longo período em que estes imigrantes estiveram sem respostas adequadas daria
para escrever várias linhas, ou talvez vários artigos, mas agora urge falar
sobre o presente, e sobre os desafios com que nos defrontamos...
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