O Governo de Timor-Leste apelou hoje para o fim "imediato da violência" em Myanmar (antiga Birmânia), após uma escalada do conflito, e manifestou apoio a "medidas urgentes" para proteger civis e garantir assistência humanitária.
"Timor-Leste faz eco ao apelo da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] para a cessação imediata da violência, a defesa do direito humanitário internacional e a proteção de todos os civis, incluindo cidadãos estrangeiros e cidadãos dos Estados Membros" da organização, refere, em comunicado, o Governo timorense.
O Governo, liderado por Xanana Gusmão, afirma também apoiar "medidas urgentes para mitigar o impacto do conflito sobre os civis" e sublinha a "importância de ser criado um ambiente seguro para a prestação de ajuda humanitária sem discriminação".
O conflito civil, desencadeado pelo golpe de Estado de 2021 contra o governo da Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, intensificou-se nos últimos meses na sequência de uma série de ataques de grupos de minorias étnicas em várias regiões de Myanmar.
A junta sofreu vários reveses importantes perto das fronteiras chinesa e tailandesa, deixando-a numa posição de fraqueza nunca vista desde o golpe, de acordo com observadores.
A tomada de Myawaddy (sudeste) pelas forças da União Nacional Karen, anunciada em 11 de maio, levou as autoridades tailandesas a aumentar o nível de presença militar na fronteira.
Desde outubro de 2021 que Myanmar foi excluída das cimeiras e reuniões ministeriais da ASEAN, mas em janeiro um responsável de Naypyidaw participou "num retiro" dos ministros dos Negócios Estrangeiros no Laos, que detém a presidência anual rotativa.
O plano de paz de cinco pontos proposto pela ASEAN desde 2021 continua num impasse, apesar das visitas de emissários a Myanmar.
Sapo | Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário