Prabowo foi acusado de abusos contra civis em Timor-Leste durante a sua passagem pelo exército. Os adversários na eleição já declararam intenção de contestar legalmente os resultados.
O controverso ex-general Prabowo Subianto, acusado de violações dos direitos humanos, nomeadamente em Timor-Leste, foi declarado vencedor das eleições presidenciais da Indonésia realizadas em 14 de fevereiro, segundo os resultados oficiais divulgados esta quarta-feira.
Após mais de um mês de contagem dos votos, a Comissão Eleitoral da Indonésia declarou no seu canal do Youtube que Prabowo obteve 58% dos votos, contra 24% do antigo governador de Jacarta Anies Baswedan, e 16% do antigo governador de Java Central Ganjar Pranobo, os outros dois candidatos presidenciais.
Desde a eleição, houve numerosos protestos denunciando uma suposta fraude eleitoral, e tanto Anies como Ganjar também declararam recentemente a sua intenção de contestar legalmente os resultados, alegando que Prabowo recebeu apoio não oficial do presidente cessante, Joko Widodo.
O antigo general concorreu juntamente com o filho de Widodo, Gibran Rakabuming Raka, de 36 anos, que se tornará vice-presidente.
Os dois obtiveram mais de 96,21 milhões de votos, contra 40,97 milhões de Anies e o seu candidato a vice-presidente, Muhaimin Iskandar, e 27,04 milhões de Ganjar e Mohammad Mahfud Mahmodin.
Estas eleições na Indonésia, a
terceira maior democracia e o país com mais muçulmanos no mundo, foram marcadas
pelo passado de Prabowo, acusado de violações dos direitos humanos quando era
chefe do corpo de elite Korpassus (dezembro de
Prabowo foi acusado de abusos contra civis em Timor-Leste e na Papua e do rapto de ativistas durante a sua passagem pelo exército, do qual foi expulso por desobediência em 1998, e foi proibido de entrar nos Estados Unidos durante vários anos.
No entanto, Prabowo, ministro da Defesa cessante, de 72 anos, conseguiu posicionar-se como o candidato favorito depois de reabilitar a sua imagem de avô “cativante”, através de uma campanha em que chegou a fazer danças que se tornaram virais no TikTok, para atrair eleitores mais jovens.
A sua aliança com Gibran Rakabuming Raka foi também um impulso para a sua campanha devido à popularidade de Widodo, na Presidência desde 2014.
Este pacto eleitoral provocou críticas entre os apoiantes de Anies, de 54 anos, e Ganjar, de 55.
Widodo, que não se pôde recandidatar devido ao limite legal de dois mandatos, não tomou publicamente posição sobre nenhum dos candidatos, mas os outros concorrentes alegam que o seu apoio implícito foi crucial para a vitória de Prabowo.
A lei indonésia permite que o presidente cessante tome posições, embora proíba a utilização de fundos estatais para campanhas, uma das principais questões subjacentes às alegações dos adversários.
Observador | Lusa (20 março)
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