quinta-feira, 24 de abril de 2025

Depois de Francisco: o luto, o silêncio e os desafios da Igreja em Timor-Leste

Lourdes do Rêgo | Diligente

A morte do Papa Francisco provocou uma profunda comoção em Timor-Leste, onde a sua visita recente deixou marcas de esperança e inspiração. As homenagens sucedem-se, mas também emergem reflexões sobre o legado que deixou, as feridas que ficaram por sarar e os desafios que se colocam à Igreja no futuro.

Durante 12 anos de pontificado, o Papa Francisco liderou a Igreja Católica com espírito reformista e coragem em tempos desafiantes para a Santa Sé. Promoveu reformas profundas para tornar a Igreja mais transparente e mais próxima da justiça, enfrentando sem medo temas delicados como os abusos sexuais cometidos por membros do clero. Exigiu que as vítimas fossem ouvidas e que a justiça fosse feita.

Quebrou barreiras históricas ao acolher os que durante décadas se sentiram excluídos, afirmando com convicção que “há espaço para todos, todos, todos” na Igreja. De coração aberto, abraçou a diversidade humana, rejeitou o preconceito e convidou ao amor incondicional.

Defensor incansável da paz, da luta contra a pobreza, da proteção do meio ambiente e da dignidade dos migrantes e refugiados, Francisco tornou-se uma voz profética num mundo em crise. Enfrentou as estruturas de poder do Vaticano, denunciou o clericalismo, promoveu o papel das mulheres na Igreja e abriu caminho ao diálogo sobre temas como o celibato, a ordenação de homens casados e a inclusão da comunidade.

Num tempo de grandes divisões e injustiças, o Papa Francisco deixa não só um vazio imenso, mas também uma semente de esperança para uma Igreja mais humana, mais humilde e verdadeiramente comprometida com os valores do Evangelho.

Tasi-Tolu, palco da missa celebrada pelo Papa Francisco em 2024, voltou agora a ser ponto de encontro para centenas de fiéis que, desde a noite de segunda-feira, acorreram com velas acesas para prestar a sua última homenagem. Na manhã seguinte, a vigília prolongou-se no Largo de Lecidere, onde se reuniram pessoas de todas as idades e origens, num ambiente de oração e respeito.

A morte do Papa Francisco é sentida em Timor-Leste como a perda de uma figura próxima e admirada, não apenas enquanto líder religioso, mas como alguém que representou abertura, inclusão e justiça social. A visita do pontífice em 2024 permanece viva na memória coletiva como um momento de grande impacto simbólico, espiritual e político.

A visita do Papa a Timor-Leste e o que ficou por dizer

A visita do Papa Francisco a Timor-Leste, em setembro de 2024, foi um marco histórico para o país, com a participação de cerca de 600 mil pessoas na missa de Tasi-Tolu. O entusiasmo generalizado, o calor humano e a comoção coletiva refletiram a profunda ligação espiritual do povo timorense com a figura do Santo Padre. Jovens, crianças e idosos acorreram às ruas e igrejas, sob um sol abrasador, com camisolas e bandeiras, numa demonstração de fé e devoção.

Durante essa visita, milhares encheram as ruas, muitos vindos das zonas montanhosas, determinados a ver de perto aquele que, para muitos, representava a face humana da Igreja. A comparação com a visita do Papa João Paulo II, em 1989, foi inevitável: se naquela altura o gesto teve um peso político em plena ocupação indonésia, a presença de Francisco reforçou a mensagem de reconciliação e dignidade num país que ainda lida com cicatrizes profundas.

Entre os momentos mais marcantes, destaca-se o encontro inter-religioso no Centro de Convenções de Díli, onde o Papa dialogou com jovens de várias confissões. Madre Guilhermina Marçal recorda essa ocasião com emoção, lembrando a frase que ficou no coração de muitos: “O meu coração apaixonou-se pelo povo timorense.”

Mas por detrás da euforia religiosa, a visita ficou também marcada por contradições gritantes: despejos forçados, repressão de manifestações, gastos públicos excessivos num país com alta taxa de pobreza, subnutrição e desemprego. Muitas vozes foram silenciadas — incluindo a de jovens que quiseram mostrar solidariedade com causas como a Palestina e a Papua Ocidental, sendo reprimidos pela polícia. O apelo do Papa a “fazer barulho” contrastou, ironicamente, com a realidade de uma sociedade onde a liberdade de expressão continua condicionada.

Durante os três dias da visita, o Papa deixou várias mensagens sobre paz, reconciliação, juventude e cultura, mas manteve-se em silêncio sobre os casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero em Timor-Leste, incluindo figuras como Richard Daschbach e o Bispo Ximenes Belo. Ao contrário de visitas a outros países, em que pediu desculpa às vítimas, em Timor optou por uma referência vaga e generalista.

Bella Galhos, diretora da Arcoiris Timor-Leste, uma Organização Não Governamental (ONG) que defende os direitos da comunidade LGBTQIA++ e assessora do Presidente da República, José Ramos Horta, na área do empoderamento económico para as mulheres, informou que a comunidade LGBTQIA++ e as vítimas de violência sexual por parte de membros da Igreja em Timor-Leste enviaram uma carta ao Papa Francisco durante a sua visita ao país, no ano passado. No entanto, até à data, não houve qualquer resposta concreta.

“Ainda não tivemos qualquer retorno, mas o Papa Francisco foi o primeiro pontífice a reconhecer publicamente este problema e a condenar as ações de membros da Igreja que violam os direitos das vítimas. Acredito que o Papa compreendia bem a gravidade da situação. Embora não tenhamos recebido uma resposta direta, estamos certos de que ele estava consciente de que este problema é global e inclui Timor-Leste”, afirmou.

Bella acrescentou que estava inicialmente incluída na lista de pessoas que se iriam encontrar com o Papa, mas essa oportunidade acabou por ser cancelada. Segundo contou, a hierarquia da Igreja em Timor-Leste informou os representantes da Embaixada do Vaticano de que ela não era elegível para participar, devido ao seu estado civil e à sua orientação homossexual. “Fiquei muito triste ao ouvir isso. Mas percebi que talvez não seja possível ter tudo ao mesmo tempo. Ainda assim, se tivesse tido a oportunidade de encontrar o Papa Francisco pessoalmente, teria levado até ele as vozes dos marginalizados em Timor-Leste, as preocupações e os grandes desafios enfrentados pela geração mais jovem, e questionaria o papel dos líderes do nosso país. Não apenas em relação à comunidade LGBTQIA++, mas também sobre a necessidade de mudança e progresso no futuro do país”, concluiu.

O Provedor dos Direitos Humanos e Justiça, Virgílio Guterres, defendeu que o caso das vítimas de abusos sexuais envolvendo figuras como Dom Ximenes Belo deve ser tratado com sensibilidade, tendo em conta a sua complexidade social, legal e política.

“Uma das questões que devemos considerar é a realidade social e as exigências legais em torno da reparação às vítimas”, afirmou o Provedor.

Virgílio Guterres explicou que, devido ao peso simbólico e religioso das figuras envolvidas, muitas vítimas ainda têm receio de se pronunciar publicamente. Esse medo social, segundo o Provedor, ajudou a travar manifestações públicas ou exigências formais por parte da sociedade civil — incluindo do seu próprio gabinete — durante a visita do Papa Francisco a Timor-Leste.

“Não houve pedidos públicos para que o Papa se reunisse com as vítimas ou pedisse desculpas. Isso não significa que não tenham existido contactos prévios com algumas vítimas, antes da visita do Santo Padre, por parte de representantes do Vaticano”, acrescentou.

Guterres admitiu ainda que o próprio Papa poderá ter sido aconselhado a evitar um gesto público dessa natureza, para não agravar o sentimento de culpa ou vergonha dentro da Igreja Católica timorense. “Na minha opinião, a Igreja em Timor poderá ter desaconselhado o Santo Padre de tomar uma decisão que pudesse gerar desconforto institucional”, observou.

O Provedor sublinhou, por fim, que a questão ultrapassa o âmbito religioso: “Devemos também ter em conta as implicações políticas e diplomáticas associadas a este tema”, concluiu.

Na altura da visita, Tjitske Lingsma, jornalista holandesa que publicou uma reportagem sobre as vítimas que acusaram o bispo timorense de abusos sexuais durantes os anos 90, foi mais dura nas críticas. Considerou inaceitável que o Papa, ao contrário do que fez noutros países, não tenha mencionado explicitamente os casos de abusos em Timor-Leste nem dirigido uma palavra de compaixão às vítimas. Para a jornalista, ao escolher o silêncio, o Papa perpetuou o estigma, fortaleceu quem nega os abusos e perdeu uma oportunidade crucial de fazer justiça e quebrar o tabu.

Uma Igreja para todos: inclusão, justiça e compaixão

Bella Galhos expressou um profundo sentimento de perda pela partida de uma figura que considerava essencial. “Era uma pessoa que, com sinceridade, representava os valores de Jesus Cristo no seu dia a dia”, afirmou.

“Como cristã, sinto que perdi alguém que refletia verdadeiramente o tipo de líder que admiro – o Papa Francisco. Um líder da Igreja Católica mundial que não era amado apenas pelo cargo que ocupava, mas pela sua humildade, empatia e firme compromisso com os direitos humanos.”

O Papa Francisco destacou-se por não se calar perante temas frequentemente evitados, como a pobreza, a desigualdade e a discriminação. Recebia todas as pessoas, independentemente da sua origem, estatuto ou identidade. Tal como Bella, que trabalha com comunidades marginalizadas, o Papa deu voz a quem tantas vezes foi silenciado, lutando pelos que vivem à margem da sociedade.

Bella sublinha que, sendo Timor-Leste um país maioritariamente cristão, a visita do Papa Francisco representou uma honra imensa. “O Sudeste Asiático foi o último destino das suas visitas. Não foi apenas um momento espiritual, mas também um convite à reflexão: estamos, de facto, a viver os valores que ele nos transmitiu? Esta é a oportunidade para mostrarmos que amamos verdadeiramente o Papa Francisco.”

O Papa Francisco reforçou esta visão quando afirmou, com simplicidade e coragem: “Quem sou eu para julgar?” Uma frase que ecoa a mensagem de que todas as pessoas — incluindo as da comunidade LGBTQIA++ — são criação de Deus e merecem ser respeitadas. É uma afirmação poderosa, que deve tocar o coração de todos os cristãos.

Contudo, apesar de o antropólogo timorense Josh Trindade defender que “Timor não é um país religioso, é um país cultural” e afirmar que, tradicionalmente, as pessoas LGBTQIA++ sempre fizeram parte das comunidades locais sem serem excluídas, a realidade atual desmente essa ideia.

Os testemunhos recolhidos pelo Diligente revelam um cenário bem mais duro: jovens forçados a esconder a sua identidade por medo de represálias familiares, agressões físicas brutais — como a que deixou Elang com uma fratura na coluna ainda em criança —, violações corretivas, tentativas de suicídio e exclusão sistemática da vida familiar.

Após anos de discriminação e pressão para não “envergonhar a família”. Casos como o de Elang, Ricela, Afey ou Natalino Guterres mostram que a exclusão e a violência não são exceções, mas sim sintomas de uma sociedade que, apesar de se afirmar democrática, continua a ignorar e a marginalizar os seus cidadãos.

Apesar de avanços como as marchas do orgulho realizadas desde 2017 e sinais pontuais de apoio institucional, como o do Presidente da República, a retórica da aceitação cultural esbarra com uma prática quotidiana marcada pelo preconceito, pela impunidade e pela ausência de proteção legal. Enquanto isso persistir, as palavras inclusivas — mesmo quando ditas por líderes religiosos — continuarão a ser apenas isso: palavras.

O Papa condenou também todas as formas de violência — não apenas contra padres e religiosas, mas contra todas as pessoas. Josh Trindade recorda que “em Timor conhecemos bem o peso da violência: desde o tempo da ocupação portuguesa até à ocupação indonésia. A violência tornou-se uma ‘normalidade’ herdada. Por isso, ninguém deve ser excluído da família ou da comunidade pelos erros cometidos no passado.” Com convicção, acrescentou: “Quando rejeitamos alguém por causa do seu comportamento, estamos a rejeitar a presença de Deus nessa pessoa.”

Aguida Barros dos Reis Belo, cristã católica, recorda com emoção a atitude do Papa Francisco, sobretudo pela sua simplicidade e pela forma como acolheu toda a gente. Sentiu-se especialmente orgulhosa com a visita do Santo Padre a Timor-Leste, no ano passado.

Na sua perspetiva, houve mudanças significativas na Igreja Católica desde a chegada de Francisco. “Timor-Leste é um país predominantemente católico, por isso, temos de nos aceitar uns aos outros. A religião católica nunca orienta os seus fiéis a discriminar outras religiões.”

Crizanto Alves da Costa, também ele católico timorense, partilhou o impacto pessoal que o legado do Papa Francisco teve na sua vida. Para ele, Francisco representou um verdadeiro sinal da graça divina, sobretudo pela forma como acolhia todos, sem distinção.

“Segundo o que vimos no Papa Francisco, ele amava toda a gente. Mesmo sendo católico, senti-me desconfortável ao ver que ainda existe discriminação pública contra certas pessoas. A presença do Papa ajudou a abrir os braços da Igreja a todos, e isso reduziu muito a discriminação.”

Para Crizanto, Francisco não foi apenas um líder religioso — foi uma figura global admirada pelo seu amor, humildade e proximidade com os mais frágeis. “O mundo inteiro ama profundamente o Papa Francisco. A expressão que melhor o descreve é: homem de amor. Com a sua simplicidade, conquistou o coração de todos.”

A escolha do sucessor: fé, política e um futuro por definir

Com o conclave iminente, a Madre Guilhermina apela à oração dos fiéis, pedindo que o Espírito Santo ilumine os cardeais que terão a missão de eleger o novo líder da Igreja. “Rezamos para que escolham um cardeal com coração, humildade e simplicidade — um pastor capaz de conduzir a Igreja com autenticidade”, afirmou.

Para a religiosa, o verdadeiro líder da Igreja deve ensinar, acima de tudo, pelo exemplo de vida e carácter. “Precisamos de alguém como o Papa Francisco, que, com simplicidade, conquistou o coração do povo e promoveu mudanças reais no Vaticano — não pela força, mas pela forma como viveu.”

Josh Trindade lembra que cada Papa responde de forma diferente aos desafios globais. “Veremos como o novo Papa lidará com temas complexos. Se tomar decisões contrárias aos direitos humanos, enfrentará críticas — porque os direitos humanos são valores universais”, defendeu, sublinhando a importância da prudência na ação e nas políticas da Igreja.

Bella Galhos reforçou esse apelo à continuidade: “Os valores que o Papa Francisco semeou ao longo dos seus 13 anos devem ser aprofundados. Sabemos que haverá desafios — a questão das bênçãos a casais do mesmo sexo, por exemplo, ainda está longe de ser aceite por muitos. Mas o Papa abriu portas.”

Apesar das resistências, Bella mantém o otimismo. “Mesmo que o progresso seja lento, enquanto houver vozes comprometidas com a mudança, haverá esperança. Nunca vi esta luta como em vão. Enquanto falarmos, haverá espaço para transformar.”

Virgílio Guterres, admitiu desconhecer os perfis dos cardeais mais apontados como sucessores. “Menciona-se o cardeal Pietro Parolin e o cardeal Tagle, das Filipinas — ambos moderados. Mas a história da Igreja mostra uma oscilação constante entre impulso reformista e retrocesso, desde o Concílio Vaticano II, iniciado por João XXIII.” Numa reflexão pessoal, citou Heraclito de Éfeso: “Tudo flui, nada permanece”.

Jacob Tilman Soares, cristão católico, expressou gratidão pela visita do Papa Francisco a Timor-Leste, classificando-a como uma bênção para o país. A notícia da morte do pontífice deixou-o comovido. “Fiquei profundamente triste. Mas a sua visita foi um presente que guardaremos para sempre.”

Sobre o futuro da Igreja, Jacob espera que o novo Papa siga o caminho de acolhimento e proximidade iniciado por Francisco. “Que continue a olhar o outro com bondade. Precisamos de uma Igreja que cresça nesse espírito.”

Também Crizanto Alves da Costa, fiel timorense, defende que o novo Papa deve preservar o legado de inclusão deixado por Francisco, sobretudo no que toca às comunidades mais discriminadas. “Espero que o próximo Papa tenha um coração aberto, como Francisco, e acolha todos, especialmente os que continuam a ser rejeitados.”

Para Crizanto, os ensinamentos de Francisco marcaram uma viragem na Igreja. “Se o novo Papa seguir uma linha mais distante ou excludente, isso será um retrocesso — e um problema real em Timor-Leste, onde já enfrentamos esse desafio diariamente.”

Acredita que a missão da Igreja deve passar por criar pontes de reconciliação e não muros de julgamento. “O futuro líder deve promover uma fé que une, que cura e que aproxima.”

Silêncio em nome do Papa: PNTL impõe ordem durante o luto — mas e no resto do ano?

Durante sete dias, o país mergulha num raro silêncio institucionalizado. A morte do Papa Francisco, ocorrida a 21 de abril, levou o Governo de Timor-Leste a declarar luto nacional e a emitir o Decreto n.º 7/2025, de 22 de abril. Em resposta, a Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) publicou um despacho com orientações claras para todo o território nacional: nada de festas, nada de música alta — nem em bares, nem em casas particulares, nem nos típicos microletes ou tuk-tuks que percorrem as estradas timorenses com colunas a rebentar.

Durante o período de luto, a bandeira nacional está hasteada a meia-haste em todas as instituições governamentais e edifícios públicos. Celebrações eucarísticas especiais realizam-se por todo o país, com destaque para a Catedral de Díli, como expressão de respeito e oração conjunta pelo Santo Padre.

O despacho, baseado na Lei Orgânica da PNTL e assinado pelo Comando-Geral, determina que os comandantes municipais e das regiões autónomas comuniquem às comunidades a proibição de festas públicas, música em volume elevado e comportamentos que perturbem o ambiente de recolhimento e respeito exigido pelo luto. As escolas, universidades e postos da PNTL devem, inclusive, colaborar para garantir que a população cumpra estas regras — um esforço coletivo para prestar uma última homenagem ao líder da Igreja Católica que tanto significou para Timor-Leste.

Mas estas medidas, louvadas por muitos como sinal de respeito, levantam também uma questão incómoda: porque é que este nível de civismo e disciplina só se torna possível durante um luto nacional?

Durante o resto do ano, o cenário é outro. Festas em dias úteis, colunas no máximo volume em quintais e varandas, bares a funcionar madrugada dentro sem insonorização, microletes a servir de discotecas ambulantes e tuk-tuks que transformam ruas em pistas de dança improvisadas. As queixas dos cidadãos são frequentes — sobretudo dos que simplesmente querem descansar, estudar ou dormir. No entanto, a PNTL raramente intervém.

Este contraste torna evidente uma disfunção: a aplicação da lei e o respeito mútuo não deveriam depender da morte de uma figura sagrada, mas sim da vontade de construir uma sociedade mais digna, mais civilizada e mais solidária — todos os dias?

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