Cidade
da Praia, 26 mai (Lusa) - O Acordo ortográfico não está em causa em nenhum dos
países lusófonos, garantiu hoje a diretora- executiva do Instituto
Internacional de Língua Portuguesa (IILP), lembrando que cada país tem ritmos e
recursos diferentes.
"Em
nenhum dos países está em causa o acordo ortográfico. O que é diferente é o
processo, as estratégicas e os tempos que se prevê para a implementação plena
das novas regras", esclareceu Marisa Mendonça, que falava aos jornalistas,
na Cidade da Praia, no âmbito da X Reunião Ordinária do Conselho Científico do
IILP.
Segundo
a diretora do IILP, em Portugal e no Brasil a implementação é
"praticamente plena", apesar de ainda haver uma discussão que compete
às autoridades desses países dirigirem.
Cabo
Verde, lembrou, está no processo de implementação, em Moçambique o documento já
passou no Conselho de Ministros e aguarda homologação pela Assembleia da
República, enquanto em Angola está em fase de discussão.
"Os
países têm ritmos diferentes, têm direito a ter ritmos diferentes, também
porque têm recursos diferentes", considerou Marisa Mendonça, indicando que
as comissões nacionais das línguas e o IILP estarão à frente do processo e
apoiarão naquilo que for preciso, sem interferir nos assuntos nacionais dos Estados.
Em
relação à reunião do Conselho Científico do IILP, a responsável referiu que
estão a ser discutidos vários assuntos, como a nova visão para a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), a missão e vida do instituto e as suas
realizações, como o plano de atividades e orçamento para 2016.
As
comissões nacionais dos nove Estados-membros da CPLP estão ainda a preparar a
3.ª conferência internacional sobre o português no sistema mundial, que deverá
acontecer em maio do próximo ano em Timor-Leste, país que assume neste momento
a presidência rotativa da CPLP.
A
reunião do Conselho Científico do IILP conta, pela primeira vez, com um
representante da Guiné Equatorial, que aderiu plenamente à CPLP em julho do ano
passado, o embaixador residente em Lisboa.
"Isto
torna a missão da Guiné Equatorial muito mais forte", salientou Marisa
Mendonça, informando que quarta-feira o país vai fazer uma apresentação do
relatório sobre o estágio de desenvolvimento das suas atividades e
implementação da língua portuguesa no país.
Quanto
ao financiamento do organismo, Marisa Mendonça disse que o IILP vive "num
sufoco financeiro bastante grande", uma vez que os países nem sempre estão
em condições de pagar as suas quotas a tempo.
Sem
revelar os valores da dívida, a responsável disse que as reuniões dos conselhos
científicos são momentos para criar novas sensibilizações aos representantes
dos Estados da CPLP e que a situação se vai reverter "rapidamente".
A
CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau Guiné Equatorial,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A
Guiné-Bissau foi o único país ausente da reunião que termina na quarta-feira.
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