quarta-feira, 27 de maio de 2015

Deputados da ASEAN acusam Birmânia de aprovar uma lei contra muçulmanos


Banguecoque, 27 mai (Lusa) - Deputados da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) acusaram hoje a Birmânia de aprovar a Lei de Controlo da População para oprimir as minorias e, em particular, os muçulmanos.

A organização Parlamentares da ASEAN para os Direitos Humanos (APHR, na sigla em inglês) afirma, em comunicado, que a limitação de gravidezes contemplada na lei representa uma intenção de "limpeza étnica" contra as minorias, sobretudo os rohingya.

No sábado passado, o presidente birmanês, Thein Sein, promulgou esta lei, que faz parte da legislação inspirada por um grupo budista conservador, a Associação para a Proteção da Raça e da Religião, o Ma Ba Ta.

A norma aprovada pelo presidente permite às autoridades obrigar as mulheres a espaçar as suas gravidezes em três anos, o que a organização considera uma violação dos direitos humanos.

"Esta lei, que se baseia na discriminação, permite ao Governo continuar a sua perseguição às minorias, especialmente aos rohingya e a outros birmaneses muçulmanos", disse Charles Santiago, deputado malaio.

Santiago afirmou que o clima de perseguição abre caminho à "limpeza étnica" e até ao "potencial genocídio".

Segundo o artigo 2.º da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, o genocídio inclui "a imposição de medidas para prevenir gravidezes num grupo", com o objetivo de destruir - em parte ou totalmente - um grupo religioso, racial, étnico ou nacional.

A APHR criticou também outras leis do pacote inspirado no Ma Ba Ta, relacionadas com restrições aos casamentos inter-religiosos, à conversação religiosa e à poligamia, atualmente em debate no parlamento.

ISG // NS

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