Imigrantes
abandonados em alto-mar na Ásia bebem urina para sobreviver. Os imigrantes são
da minoria muçulmana perseguida em Mianmar. Corpos de dez pessoas que morreram na
embarcação foram lançados no oceano
Cerca
de 350 imigrantes da minoria muçulmana de rohingya, que é perseguida em Mianmar
e vem tendo sua entrada negada na Tailândia, estão há uma semana em um barco
abandonado no mar de Andaman.
Até
esta quinta-feira (14), quando helicópteros tailandeses jogaram suprimentos
perto da embarcação, os migrantes estavam sem água e comida, com alguns tendo
recorrido à própria urina para ter o que beber.
Os
corpos de dez pessoas que morreram na embarcação foram lançados ao mar,
disseram os migrantes. Os migrantes relataram que a tripulação quebrou o motor
do barco antes de abandoná-los à própria sorte.
Crise
migratória
A
crise migratória no sudeste asiático se intensificou desde que a Tailândia
tornou mais rígidas suas regras de imigração. Uma repressão regional vem assustando
os contrabandistas, que se recusam a levar as pessoas para a terra e abandonam
seus barcos, deixando os migrantes à deriva.
Nos
últimos dias, milhares foram resgatados em alto-mar pela Indonésia e pela
Malásia. Outras pessoas chegam até a costa desses países a nado.
Isso
não significa, no entanto, que esses governos estejam dispostos a receber os
migrantes. A Organização Internacional de Migração acredita que 8.000
imigrantes de Bangladesh e de Mianmar estejam abandonados em alto mar na
região.
Na
terça (12), a Indonésia havia rebocado um barco com centenas de imigrantes para
fora de suas águas territoriais, seguindo uma decisão de um tribunal em Jacarta.
A
Malásia, por sua vez, havia dito que só não rejeitaria barcos que estivessem
afundando. “Não deixaremos nenhum barco estrangeiro atracar”, disse o
primeiro-almirante da agência policial da Marinha da Malásia, Tan Kok Kwee.
Informações
de EBC, AFP e Agência Folha
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