Repressão
ao tráfico humano na Tailândia faz fluxo de refugiados aumentar em Malásia e
Indonésia, que têm dificuldade para lidar com problema. Cerca de 8 mil
migrantes estariam sendo mantidos em alto-mar.
A
ONU afirmou nesta terça-feira (12/05) que, se os países do Sudeste Asiático não
tomarem medidas urgentes para lidar com o fluxo de refugiados, a região poderá
estar diante de uma catástrofe humanitária de larga escala.
"Milhares
de migrantes, muitos deles com fome e doentes, estão morrendo afogados em botes
no Sudeste Asiático, e os governos precisam resgatá-los", afirmou a
agência das Nações Unidas para refugiados (Acnur).
Indonésia
e Malásia se tornaram, nos últimos meses, o principal destino de migrantes
provenientes de Bangladesh e Mianmar. O motivo foi o aumento da repressão ao
tráfico humano na Tailândia, antes primeira opção dos refugiados na região.
Grande
parte dos refugiados é da etnia rohingya, povo muçulmano de Mianmar descrito
pela ONU como uma das minorias mais perseguidas do mundo.
O
Acnur estima que 25 mil pessoas estiveram a bordo das precárias embarcações dos
traficantes de pessoas nos últimos três meses. A quantidade é duas vezes maior
do que no mesmo período de 2014.
A
maioria desembarcou na Tailândia, onde são mantidas em acampamentos na selva
pelos traficantes até que suas famílias paguem um resgate. Porém, após a
repressão iniciada pelas autoridades tailandesas, os contrabandistas estão
fazendo com que os imigrantes permaneçam nas embarcações em alto mar.
"Existem
até 8 mil pessoas no mar, das quais mais de mil chegaram à terra", afirmou
Joe Lowry, porta-voz da Organização Internacional para a Migração.
Só
no último fim de semana, três botes, com mais de mil pessoas a bordo, chegaram
à ilha malaia de Langkawi, perto da Tailândia. Nesta terça-feira, o vice-ministro
do Interior, Wan Junaidi Tuanku Jaafar, disse que não há infraestrutura na
Malásia para lidar com as chegadas.
"É
a primeira vez que há tamanho fluxo de pessoas chegando ao país. Temos lugar
nos centros de detenção agora, mas é insuficiente", afirmou Jaafar.
Segundo
a imprensa local, Malásia e Indonésia estão planejando construir novos centros
de detenção e erguer campos de refugiados para lidar com o problema. O governo
malaio, porém, afirmou que, a não ser que barcos estejam afundando, vai enviar
de volta os migrantes a Bangladesh.
RC/rtr/ap/dpa - Deutsche Welle
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