Pequim,
04 mai (Lusa) - O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu hoje "consultas
em pé de igualdade" entre o continente e as autoridades de Taiwan para
"resolver as diferenças políticas" entre as duas partes e
"edificar uma comunidade de destino partilhado".
"As
duas parte podem organizar consultas em pé de igualdade na base do princípio
"uma única China" e alcançar um acordo razoável", disse Xi
Jinping, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), num
encontro com Eric Chu, o novo presidente do Partido Nacionalista chinês (KMT),
que governa Taiwan.
Foi
o primeiro encontro entre os líderes dos dois partidos em seis anos e o
primeiro entre Xi Jinping e Eric Chu.
Depois
da guerra civil ter acabado no continente chinês, com a vitória do PCC e a
proclamação da Republica Popular da China, em 1949, o antigo governo do KMT
refugiou-se na ilha de Taiwan, a cerca de 200 quilómetros da costa leste chinesa,
onde continua a identificar-se como representante da Republica da China (sem o
adjetivo "popular").
Pequim
defende a "reunificação pacífica" segunda a mesma formula adotada
para Hong Kong e Macau ("Um país, dois sistemas"), mas ameaça
"usar a força" se a ilha declarar a independência.
No
encontro de hoje, Xi Jinping disse que a Republica Popular da China está
disposta a "partilhar as suas oportunidades de desenvolvimento com os
compatriotas de Taiwan", relatou a agência noticiosa oficial chinesa
Xinhua.
"Estamos
dispostos a dar prioridade a Taiwan no processo de abertura. A nossa abertura a
Taiwan será maior", afirmou Xi Jinping, citado pela Xinhua.
O
encontro, descrito como histórico na imprensa oficial chinesa, decorreu no
Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim.
Nos
últimos anos, apesar das persistentes rivalidades políticas, a Republica
Popular da China tornou-se o maior parceiro económico de Taiwan e em 2008, pela
primeira vez em mais de meio século, as ligações diretas entre o continente e a
ilha foram restauradas.
"As
relações económicas aumentaram significativamente e em termos políticos, apesar
dos altos e baixos em Taiwan, a tendência geral é boa", afirmou Gao
Zhikai, um dos mais conhecidos comentadores políticos da televisão chinesa.
"A
reunificação continua a ser o objetivo. Nunca desistiremos dele, mas não há
necessidade de apressar o processo", acrescentou.
Quase
tudo o que na década de 1980 era "made in Taiwan" - sapatos,
brinquedos e outros artigos de produção intensiva - é agora "made in
China", em fábricas dos mesmos patrões e com mão-de-obra mais barata.
Em
novembro passado, 80.000 empresas com capitais de Taiwan estabelecidas no
continente empregavam 15,6 milhões de pessoas - o equivalente a mais de metade
da população da ilha.
"A
integração económica já está a acontecer", realçou Gao Zhikai.
AC
// VM
Sem comentários:
Enviar um comentário