segunda-feira, 4 de maio de 2015

Presidente chinês defende "consultas em pé de igualdade" com Taiwan


Pequim, 04 mai (Lusa) - O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu hoje "consultas em pé de igualdade" entre o continente e as autoridades de Taiwan para "resolver as diferenças políticas" entre as duas partes e "edificar uma comunidade de destino partilhado".

"As duas parte podem organizar consultas em pé de igualdade na base do princípio "uma única China" e alcançar um acordo razoável", disse Xi Jinping, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), num encontro com Eric Chu, o novo presidente do Partido Nacionalista chinês (KMT), que governa Taiwan.

Foi o primeiro encontro entre os líderes dos dois partidos em seis anos e o primeiro entre Xi Jinping e Eric Chu.

Depois da guerra civil ter acabado no continente chinês, com a vitória do PCC e a proclamação da Republica Popular da China, em 1949, o antigo governo do KMT refugiou-se na ilha de Taiwan, a cerca de 200 quilómetros da costa leste chinesa, onde continua a identificar-se como representante da Republica da China (sem o adjetivo "popular").

Pequim defende a "reunificação pacífica" segunda a mesma formula adotada para Hong Kong e Macau ("Um país, dois sistemas"), mas ameaça "usar a força" se a ilha declarar a independência.

No encontro de hoje, Xi Jinping disse que a Republica Popular da China está disposta a "partilhar as suas oportunidades de desenvolvimento com os compatriotas de Taiwan", relatou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

"Estamos dispostos a dar prioridade a Taiwan no processo de abertura. A nossa abertura a Taiwan será maior", afirmou Xi Jinping, citado pela Xinhua.

O encontro, descrito como histórico na imprensa oficial chinesa, decorreu no Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim.

Nos últimos anos, apesar das persistentes rivalidades políticas, a Republica Popular da China tornou-se o maior parceiro económico de Taiwan e em 2008, pela primeira vez em mais de meio século, as ligações diretas entre o continente e a ilha foram restauradas.

"As relações económicas aumentaram significativamente e em termos políticos, apesar dos altos e baixos em Taiwan, a tendência geral é boa", afirmou Gao Zhikai, um dos mais conhecidos comentadores políticos da televisão chinesa.

"A reunificação continua a ser o objetivo. Nunca desistiremos dele, mas não há necessidade de apressar o processo", acrescentou.

Quase tudo o que na década de 1980 era "made in Taiwan" - sapatos, brinquedos e outros artigos de produção intensiva - é agora "made in China", em fábricas dos mesmos patrões e com mão-de-obra mais barata.

Em novembro passado, 80.000 empresas com capitais de Taiwan estabelecidas no continente empregavam 15,6 milhões de pessoas - o equivalente a mais de metade da população da ilha.

"A integração económica já está a acontecer", realçou Gao Zhikai.

AC // VM

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