Valas
comuns com corpos de supostos migrantes bengaleses e da etnia rohingya foram
encontradas pela polícia em campo ilegal de refugiados operado por traficantes
humanos no norte da Malásia.
Citado
pela mídia malaia, o ministro do Interior do país, Ahmad Zahid Hamidi, declarou
neste domingo (24/05) que policiais encontraram na semana passada diversas
valas comuns com corpos de supostos migrantes ilegais.
Os
policiais haviam sido enviados para impedir a atividade de traficantes e a
migração ilegal no norte da Malásia, próximo à fronteira com a Tailândia. As
valas comuns foram achadas perto de um campo abandonado de traficantes humanos,
afirmou o ministro. Ele disse acreditar que cidadãos de seu país estariam
envolvidos no crime.
Segundo
diversas fontes, ali foram encontrados cerca de cem corpos de membros da
minoria muçulmana rohingya. "Mas não sabemos exatamente quantos estão lá.
Provavelmente, encontraremos mais corpos", acrescentou Hamidi. O jornal The
Star afirmou que uma equipe de investigação forense está a caminho para
investigar os corpos.
Com
base em fontes não especificadas, o jornal Utusan Malaysia informou,
por sua vez, que foram descobertas cerca de 30 valas comuns com "centenas
de esqueletos". As valas estariam localizadas perto das cidades de Padang
Besar e Wang Kelian no estado de Perlis.
Neste
mês, a polícia tailandesa já havia encontrado campos para imigrantes ilegais na
selva, em cuja proximidade as autoridades se depararam com dezenas de valas
comuns com corpos de supostos migrantes bengaleses e da etnia rohingya no
estado de Songkhla, junto à fronteira com Perlis.
Os
membros da etnia rohingya são uma minoria em Myanmar. Como
muçulmanos, eles sofrem sistemática discriminação no país de maioria budista. O
governo considera os rohingya como migrantes ilegais do vizinho Bangladesh e se
recusa a assumir qualquer responsabilidade pelo grupo étnico.
Milhares
de pessoas fogem também de Bangladesh para escapar da miséria. Recentemente, a
crise de refugiados se acirrou dramaticamente com milhares de pessoas em
alto-mar à espera de ser acolhidas pela Indonésia, Malásia e Tailândia.
Sob
pressão internacional, Malásia e Indonésia disseram estar dispostas a receber
refugiados temporariamente. Também Myanmar já sinalizou disposição para prestar
ajuda humanitária.
Deutsche
Welle - CA/dpa/afp
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