Há
hoje mais 49 por cento de estudantes do ensino secundário a consumirem
marijuana, heroína, pastilhas e outras drogas do que havia em 2010.
O
consumo de drogas pelos jovens foi alvo de dois estudos apresentados ontem pelo
Instituto de Acção Social (IAS) em conferência de imprensa. Entre os alunos
inquiridos dos ensinos primário, secundário e superior, os investigadores
apuraram um aumento geral do abuso de drogas, com especial incidência sobre os
estudantes do secundário.
Um
dos estudos incidiu sobre entrevistas realizadas de forma aleatória a 9837
estudantes – 1172 do ensino primário, 6904 do ensino secundário e 1761
estudantes universitários – dos quais 232, ou seja, 2,38 por cento dos
inquiridos, admitiram ter experimentado pelo menos uma vez substâncias
ilícitas. O outro estudo foi dirigido mais especificamente aos chamados “jovens
de rua”, que abandonaram a escola ou que utilizam os tempos livres para
frequentar bares, salas de videojogos ou polidesportivos. O inquérito abrangeu
260 jovens, dos quais 47 (18,7%) afirmaram ter tido experiência com drogas.
Educação
dada pelos pais decisiva
As
conclusões de ambos os estudos revelam que os inquiridos que “vivem sozinhos,
cujos pais estão desempregados ou que disponham de muito dinheiro de bolso são
os que apresentam maior tendência para abusar de drogas”, observou Li De,
director do Departamento de Sociologia da Universidade de Macau, responsável
por uma das iniciativas. Entre os factores conducentes ao abuso de drogas, o
responsável enumerou “a educação mimada e perdulária dos pais, o comportamento
de amigos já consumidores, o deficiente conhecimento dos efeitos das drogas e a
aceitação acrítica do consumo”.
Realizados
no ano passado, os estudos apuraram outros dados significativos
comparativamente a outros inquéritos semelhantes realizados quatro anos antes,
em 2010. Um deles é que a droga que mais tem subido de popularidade é a metanfetamina
conhecida como “ice” (gelo), que era a droga eleita por 9,9 por cento dos
jovens consumidores em 2010 e actualmente recolhe as preferências de 23,4 por
cento.
Quanto
ao acesso às substâncias ilícitas, os investigadores destacaram o facto de ter
aumentado consideravelmente a percentagem de indivíduos que dizem obter as
drogas em Macau – de 33,3 por cento em 2010 para 59,6 por cento em 2014 –
mostrando uma “infiltração do tráfico na sociedade” que os estudiosos
consideraram “alarmante”.
Ponto
Final (Macau)
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