A
China contra-atacou hoje a administração norte-americana acerca dos direitos
humanos, descrevendo os Estados Unidos como um país "assombrado pela
proliferação de armas e frequentes crimes violentos".
"Os
Estados Unidos, um autoproclamado defensor dos direitos humanos, não conheceram
qualquer melhoria quanto às questões dos direitos humanos, mas registaram
numerosos novos problemas", afirmou o governo chinês num "Relatório
sobre os Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2014".
O
documento chinês é uma resposta ao relatório anual do Departamento de Estado
norte-americano sobre os direitos humanos no mundo, divulgado na véspera em
Washington.
Os
Estados Unidos acusam os governos da China, Egito, Irão, Arábia Saudita, Rússia
e outros países de "continuarem a estigmatizar a imprensa livre e o
desenvolvimento da sociedade civil através da prisão de jornalistas, 'blogers'
e críticos não violentos".
Citando
estatísticas do FBI, o relatório chinês salienta que em 2013, registaram-se nos
Estados Unidos mais de um milhão de crimes violentos (exatamente 1.163.146),
entre os quais 14.196 homicídios, 79.770 violações e 345.031 assaltos.
"Os
Estados Unidos fazem comentários acerca dos direitos humanos em muitos países,
mas não mostram o mínimo de remorso ou a intenção de melhorar a sua própria
situação neste domínio, que é terrível", acusa o governo chinês.
Segundo
a China, "os Estados Unidos são um país com graves problemas de
discriminação racial e contínuas discriminações institucionais contra as
minorias étnicas".
"Milhões
de crianças norte-americanas não têm casa" e "três crianças morrem em
média por dia devido a abusos", afirma o relatório chinês.
A
China acusa também os Estados Unidos, e em particular a Central Intelligence
Agency (CIA), de "usarem indiscriminadamente torturas cruéis".
A
questão dos direitos humanos é uma fonte de persistente tensão entre o governo
chinês e os países mais ricos, sobretudo na Europa e na América do Norte, que
tendem a enfatizar a importância das liberdades políticas individuais.
O
antigo professor universitário Liu Xiaobo, galardoado em 2010 com o Prémio
Nobel da Paz, está preso há quase sete anos, por ter divulgado na internet um
abaixo-assinado apelando à "eleição direta de todos os órgãos
legislativos" e ao "fim do regime de partido único". Foi
condenado a 11 anos de prisão por "atividades visando subverter o Estado".
Para
as autoridades chinesas, "o direito ao desenvolvimento é o mais importante
dos direitos humanos" e o "papel dirigente" do Partido Comunista
é "um principio cardial".
No
passado dia 08 de junho, o livro branco sobre direitos humanos apresentado pelo
governo chinês realçava que cerca de 12,3 milhões de residentes das zonas
rurais do país saíram da pobreza em 2014 e 92,6% das crianças chinesas já andam
na escola.
Segundo
o relatório anual da organização Human Rights Watch, difundido em janeiro, sob
a direção de Xi Jinping, as autoridades desencadearam mesmo "a mais dura
campanha de investigações, detenções e condenações políticas da última década,
assinalando uma acentuada viragem no sentido da intolerância de críticas".
Notícias
Ao Minuto com Lusa
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