Díli,
08 jun (Lusa) - O Governo timorense e os parceiros de desenvolvimento
analisaram este fim-de-semana programas de cooperação que ajudem a implementar
as prioridades do executivo a médio prazo, nomeadamente para consolidar as
instituições do país.
A
Reunião dos Parceiros de Desenvolvimento de Timor-Leste (RPDTL) foi a primeira
a ocorrer sob o mandato do VI Governo Constitucional, que tomou posse a 16 de
fevereiro e que deu a conhecer, pelo primeiro-ministro, as metas alcançadas nos
seus primeiros 100 dias.
Rui
Maria de Araújo, anfitrião dos principais parceiros bilaterais e multilaterais
de Timor-Leste (incluindo Portugal, Austrália, Japão, Coreia do Sul, UE e Banco
Mundial), destacou o momento de estabilidade que se vive no país e a aposta
renovada no fortalecimento das infraestruturas e na melhoria dos serviços do
Estado.
Apesar
das melhorias, disse, Timor-Leste continua a enfrentar "muitos
desafios", com um setor importante da população ainda a viver em condições
precárias, uma crescente desigualdade entre aqueles que habitam em Díli e os
que vivem nos distritos, e a necessidade premente de melhorar a "prestação
de serviços públicos e a qualidade das obras públicas do Governo".
Além
dos temas relacionados com Timor-Leste, o encontro abordou ainda aspetos com o
relacionamento com a CPLP e com os países membros do G7, com intervenções do
chefe da diplomacia, Hernâni Coelho.
Os
países do g7+, por seu lado, "expressaram a sua gratidão pelo apoio e
liderança que Timor-Leste tem dado ao grupo" tendo um representante da
Guiné-Bissau destacado o apoio crucial timorense para a realização das eleições
no país.
Presente
no encontro de Díli, o ministro do Planeamento e Cooperação Internacional da
República Centro-Africana, Florence Limbio, elogiou também os esforços que
estão a ser feitos por Timor-Leste no seu país, especialmente desde a recente
visita de Xanana Gusmão.
No
encerramento do encontro, Rui Araújo saudou o facto de os parceiros de
desenvolvimento manterem programas de apoio a Timor-Leste, desenvolvendo-os de
acordo com as prioridades nacionais.
"Timor-Leste
fez grandes progressos enquanto nação. Podemos orgulhar-nos do que já
conseguimos. Não obstante isto, continuamos a ser um Estado frágil que precisa
consolidar as suas instituições e aumentar a sua resiliência. Não podemos
tornar-nos uma nação estável, pacífica e próspera sem construirmos instituições
sólidas e responsáveis", afirmou.
Rui
Araújo aproveitou para reiterar a aposta do seu Governo na melhoria da ação
governativa, com reforço da qualidade e cobertura dos serviços públicos e
melhorias na comunicação interministerial, entre outros aspetos.
"Sem
coordenação entre as nossas linhas ministeriais não será possível obter
resultados. Por exemplo, não será possível melhorarmos os resultados a nível de
ensino se as nossas crianças não estiverem bem alimentadas e se não receberem
os cuidados de saúde primários e o apoio familiar de que necessitam",
referiu.
ASP
// VM
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