Pequim,
05 jul (Lusa) -- O Banco Mundial suprimiu uma passagem crítica de um relatório
sobre a economia da China, recentemente divulgado, afirmando que não tinha sido
revista adequadamente.
A
instituição, com sede em Washington, publicou na quarta-feira um relatório
sobre a economia chinesa, que incluía uma seção em que instava Pequim a
acelerar a reforma do setor financeiro. Numa linguagem direta, o Banco Mundial
advertia que "três décadas de um desempenho meteórico" podem chegar
ao fim, caso a omnipresença do Estado chinês no setor financeiro não seja
reduzida.
Neste
sentido, recomendou à China que corrigisse nomeadamente "o desperdício de
certos investimentos, os casos de sobre-endividamento e um sistema de
financiamento opaco fracamente regulado", para que a ampla agenda de
reformas seja bem-sucedida.
Contudo,
dois dias depois, na sexta-feira, publicou uma correção relativa ao documento,
no seu portal, dando conta de que uma parte tinha sido retirada.
"O
parágrafo três sobre o setor financeiro, anteriormente incluído neste
relatório, foi removido porque não foi submetido aos procedimentos habituais de
verificação e validação do Banco Mundial", justificou.
Esta
seção também notava que o Estado chinês exerce um forte controlo sobre a
maioria dos ativos dos bancos comerciais, "tornando-o uma exceção à luz
dos padrões internacionais".
Em
alguns casos, realçou o BM, as autoridades eram simultaneamente proprietários,
reguladores e clientes de bancos.
"A
reforma financeira só vai ser eficaz se remover os incentivos distorcidos e as
fracas estruturas governativas que têm afetado a forma como os recursos
financeiros são mobilizados e alocados", observou a instituição.
DM
// MSF
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