sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Timor-Leste deverá ter estatuto de observador na ASEAN este ano


Jacarta, 27 ago (Lusa) - Timor-Leste deverá adquirir o estatuto de observador na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) este ano, disse o coordenador dos Assuntos Económicos e ministro da Agricultura e Pescas, Estanislau da Silva.

O mais recente país do Sudeste Asiático apresentou a candidatura oficial à ASEAN em 2011, mas Singapura - o único Estado-membro que tem mostrado reservas -, defendeu, desde logo, que tal devia acontecer só em 2015.

Contudo, segundo o governante timorense, para já deverá ser apenas atribuído o estatuto de observador, em concreto na cimeira de novembro na Malásia, país com a presidência rotativa.

Estanislau da Silva, que falava à agência Lusa durante uma visita oficial de três dias à Indonésia, encabeçada pelo primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo, e que conta com a presença de outros seis ministros, citou fontes diplomáticas e pessoas diretamente ligadas à ASEAN.

O ministro reconheceu que o país "ainda tem muito para preparar para preencher os critérios exigidos" pela ASEAN.

Uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense confirmou à Lusa que Timor-Leste ainda não tem formalmente o estatuto de observador, pertencendo para já ao Fórum Regional da ASEAN, tal como a Índia, o Japão, o Canadá e a Rússia.

Timor-Leste, explicou a mesma fonte, optou por não ter o estatuto de observador, como o de que goza a Papua Nova Guiné, participando nas reuniões da ASEAN como "convidado especial".

Questionado pela Lusa em janeiro, o embaixador de Singapura junto da ASEAN, Tan Hung Seng, não falou em datas, preferindo frisar que, numa altura em que a ASEAN se prepara para estabelecer uma zona de comércio livre a 31 de dezembro deste ano, "é importante" que "se torne numa organização baseada em regras".

No âmbito dos critérios de avaliação das candidaturas à ASEAN, que abrangem as áreas económica, sociocultural e política e de segurança, Timor-Leste está a ser alvo de análises.

Também em janeiro, Shahriman Lockman, analista do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais da Malásia, disse à Lusa que os países fundadores retiraram uma lição da entrada da Birmânia, cujos problemas "se tornaram em problemas da ASEAN".

Shahriman Lockman explicou que a criação da Comunidade Económica da ASEAN em dezembro irá expor uma associação a duas velocidades, dado que o Camboja, o Laos, a Birmânia e o Vietname só irão participar no acordo de comércio livre em 2018, sendo, por isso, necessário à ASEAN "pôr ordem na casa" antes de aceitar mais membros.

A ASEAN, que conta com dez Estados-membros desde que foi criada a 08 de agosto de 1967, tem como principais objetivos fomentar o crescimento económico e a estabilidade na região.

AYN/ASP // APN

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