Ponte
Macassar, Timor-Leste, 05 Nov (Lusa) - O primeiro-ministro timorense considerou
hoje que seria "deselegante" Portugal não enviar qualquer
representante para as celebrações do 500.º aniversário da chegada dos
navegadores portugueses a Timor-Leste, que decorrem este mês.
"Estamos
a tentar pedir a compreensão do Estado português para o facto de isto ser uma
celebração de encontro de duas civilizações. Seria deselegante não estar aqui
um representante do Estado português", disse Rui Maria de Araújo à agência
Lusa.
Rui
Maria de Araújo falava à Lusa depois de presidir à reunião da Comissão de
Coordenação e Acompanhamento da Região Administrativa Especial de Oecusse
Ambeno, que decorre na zona de Porto Mahata, em Ponte Macassar, Oecusse.
O
encontro ocorre menos de um mês antes de Oecusse acolher as celebrações do 40.º
aniversário da proclamação unilateral da independência de Timor-Leste e dos 500
anos da chegada de navegadores portugueses à praia de Lifau, neste enclave.
Fonte
diplomática portuguesa disse à Lusa que, até ao momento, não há ainda
confirmação de quem representará Portugal nas comemorações.
O
vice-ministro do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Roberto
Soares, disse esta semana aos jornalistas que o Presidente da República de Portugal,
Cavaco Silva, informou não poder participar, com a instabilidade política em
torno ao Governo a dificultar o envio de alguém do executivo.
"De
acordo com uma nota formal que foi recebida, o Presidente da República
português já apresentou as suas enormes desculpas por não poder participar
neste evento, porque ele tem outros compromissos relacionados com os interesses
próprios dos portugueses", disse Roberto Soares.
As
celebrações incluem a inauguração de um novo monumento em Lifau, ao lado do
padrão que assinala a chegada dos portugueses a Timor-Leste a 18 de agosto de
1515 e que, outrora tinha escrita, em azulejos no chão, a frase "aqui
também é Portugal".
O
Presidente são-tomense, o primeiro-ministro cabo-verdiano e o príncipe do
Mónaco confirmaram já que vão estar presentes nas celebrações, previstas para
27 e 28 de novembro e que decorrem em Lifau e em Ponte Macassar, a capital do
enclave.
A
região regista um movimento sem precedentes com obras avaliadas em dezenas de
milhões de dólares a decorrer, incluindo uma nova central elétrica, estradas,
pontes, um novo hotel e clínica médica e outras infraestruturas.
"Temos
que ser realistas. Vamos ter de receber os nossos visitantes e dignatários na
base das condições que nós temos mas sempre com a dignidade que esses
visitantes merecem", explicou.
Alojamento
alternativo, incluindo um hotel pré-fabricado, está a ser preparado para
acolher os convidados mais importantes, com os restantes a serem divididos
pelos hotéis, pensões, casas do Estado e casas particulares em Ponte Macassar.
ASP
// MP
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