Macau,
China, 20 jan (Lusa) -- Deputados na Assembleia Legislativa de Macau criticaram
hoje o Governo do território por despender "volumosos montantes" no
arrendamento de escritórios, enquanto deixa outras instalações desocupadas.
Durante
o período de Intervenções antes da Ordem do Dia, na Assembleia Legislativa,
Song Pek Kei, que usou a palavra também em nome de Chan Meng Kam, lembrou que,
apesar das "medidas de austeridade" devido à queda das receitas dos
casinos, o orçamento para o arrendamento de escritórios "cresceu em
flecha": "De 646 milhões de patacas [73 milhões de euros] em 2014
para 788 milhões [89 milhões de euros] em 2015, até 1.090 milhões [123 milhões
de euros] este ano".
Os
deputados defendem que o Governo de Macau construa as suas próprias instalações
de modo a diminuir as despesas com o arrendamento e aumentar a eficiência
administrativa, lesada atualmente por "os gabinetes do Governo se
encontrarem dispersos em edifícios comerciais".
"Despender
volumosos montantes no arrendamento de escritórios só pode ser visão curta e
omissão do Governo", criticaram, lembrando que, por outro lado, "ao
longo dos últimos 16 anos, o Governo concedeu muitos terrenos a empresas
privadas e a preço baixo".
"Que
herança é que este Governo inteligente vai deixar a Macau? Dispõe de saldos
abundantes mas tem de arrendar espaços para abrigar os vários serviços
públicos. Será que esta situação vai durar 50 anos?", questionaram.
Na
mesma linha, Ella Lei listou exemplos de espaços desocupados, tanto do Governo
como por este arrendados, como dois pisos de um mercado ou um parque de
motociclos com mil lugares.
"Segundo
o orçamento para 2016, os encargos com o arrendamento de espaços para servir de
instalações a serviços públicos ou para a prestação de serviços rondam a casa
dos 1.100 milhões de patacas, o que é extremamente pesado", lamentou Lei,
incentivando o Executivo a aproveitar as suas instalações não ocupadas e mesmo
aquelas que arrendou mas não está a utilizar.
Segundo
dados fornecidos à agência Lusa pela Direção dos Serviços Financeiros de Macau,
17 serviços e organismos públicos do território funcionam exclusivamente em
instalações arrendadas; outros 45 usam simultaneamente espaços arrendados e
próprios e 14 estão apenas em imóveis cuja propriedade pertence à região.
ISG//
MP
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