quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Deputados de Macau criticam "volumosos" arrendamentos de instalações pelo Governo


Macau, China, 20 jan (Lusa) -- Deputados na Assembleia Legislativa de Macau criticaram hoje o Governo do território por despender "volumosos montantes" no arrendamento de escritórios, enquanto deixa outras instalações desocupadas.

Durante o período de Intervenções antes da Ordem do Dia, na Assembleia Legislativa, Song Pek Kei, que usou a palavra também em nome de Chan Meng Kam, lembrou que, apesar das "medidas de austeridade" devido à queda das receitas dos casinos, o orçamento para o arrendamento de escritórios "cresceu em flecha": "De 646 milhões de patacas [73 milhões de euros] em 2014 para 788 milhões [89 milhões de euros] em 2015, até 1.090 milhões [123 milhões de euros] este ano".

Os deputados defendem que o Governo de Macau construa as suas próprias instalações de modo a diminuir as despesas com o arrendamento e aumentar a eficiência administrativa, lesada atualmente por "os gabinetes do Governo se encontrarem dispersos em edifícios comerciais".

"Despender volumosos montantes no arrendamento de escritórios só pode ser visão curta e omissão do Governo", criticaram, lembrando que, por outro lado, "ao longo dos últimos 16 anos, o Governo concedeu muitos terrenos a empresas privadas e a preço baixo".

"Que herança é que este Governo inteligente vai deixar a Macau? Dispõe de saldos abundantes mas tem de arrendar espaços para abrigar os vários serviços públicos. Será que esta situação vai durar 50 anos?", questionaram.

Na mesma linha, Ella Lei listou exemplos de espaços desocupados, tanto do Governo como por este arrendados, como dois pisos de um mercado ou um parque de motociclos com mil lugares.

"Segundo o orçamento para 2016, os encargos com o arrendamento de espaços para servir de instalações a serviços públicos ou para a prestação de serviços rondam a casa dos 1.100 milhões de patacas, o que é extremamente pesado", lamentou Lei, incentivando o Executivo a aproveitar as suas instalações não ocupadas e mesmo aquelas que arrendou mas não está a utilizar.

Segundo dados fornecidos à agência Lusa pela Direção dos Serviços Financeiros de Macau, 17 serviços e organismos públicos do território funcionam exclusivamente em instalações arrendadas; outros 45 usam simultaneamente espaços arrendados e próprios e 14 estão apenas em imóveis cuja propriedade pertence à região.

ISG// MP

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