segunda-feira, 11 de abril de 2016

Banco sediado em Timor-Leste vence ação judicial contra empresária de Singapura


Díli, 11 abr (Lusa) - Um banco sediado em Timor-Leste venceu a primeira batalha judicial contra uma empresária de Singapura que é fiadora de um empréstimo em atraso de 6,5 milhões de dólares de uma empresa do setor do café.

A imprensa de Singapura refere que a empresária Jannie Chan perdeu uma ação no Tribunal de Recurso do país com que tentava anular procedimentos iniciados pelo banco ANZ, que pretende recuperar 6,5 milhões de dólares de empréstimos não pagos pela empresa Timor Global.

Chan é acionista da Timor Global tendo sido uma das fiadoras dos empréstimos da empresa, que trabalha há 11 anos no setor do café em Timor-Leste, onde tem cerca de 3.000 hectares de produção.

Jannie Chan e duas outras pessoas foram fiadoras dos créditos dados pelo ANZ em outubro de 2012 e foram visadas pelo banco quando o empréstimo deixou de ser honrado.

A empresária falhou numa tentativa no Supremo Tribunal de anular o processo e agora também no Tribunal de Recurso. A defesa de Chan pretendia que o procedimento do ANZ visasse as garantias fornecidas pelo devedor, a Timor Global.

Contactado pela Lusa, Bobbie Lay, diretor da Timor Global, explicou que os problemas da empresa - que emprega mais de 100 pessoas na produção de café e suplementos nutricionais para populações timorenses em risco - começaram com a fraude de um antigo responsável.

Em causa, disse, estão empréstimos contraídos em 2012 que a empresa não conseguiu honrar, devido a fraude e roubo por parte de um antigo responsável da empresa.

"Estamos a tentar resolver este problema, procurando fundos adicionais mas isso ainda não foi possível. Ele apropriou-se indevidamente de 38 contentores de café que, na altura, valiam cerca de 2,3 milhões de dólares", explicou à Lusa.

"Iniciámos ações judiciais contra ele, um cidadão de Singapura, mas foram travadas porque ele apresentou falência. Estamos agora a tentar recuperar os fundos através das suas empresas", sublinhou.

Contactado pela Lusa, David Dennis, responsável do ANZ em Timor-Leste, recusou-se a fazer qualquer comentário ou a revelar qualquer detalhe sobre o caso, argumentando que o processo está a decorrer na justiça.

Fontes do setor do café destacam a forma positiva como a Timor Global tem atuado em Timor-Leste, investindo num setor de alto risco, sendo atualmente uma das maiores empresas de café no país. Além disso, tem contratos com várias agências do Estado para fornecer suplementos alimentares.

ASP // MP

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