sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Empresário timorense Abílio Araújo confirma oferta "vinculativa" à Oi pela Timor Telecom


Díli, 06 out (Lusa) - O empresário timorense Abílio Araújo confirmou à Lusa que o grupo Investel, que lidera, apresentou na terça-feira uma oferta "firme e vinculativa" para a compra da participação da brasileira Oi na Timor Telecom.

"Como CEO da Investel acredito no sucesso da nossa proposta, do valor oferecido, fortemente apoiado por capitais próprios e garantia bancária confortável", afirmou Abílio Araújo.

O grupo Investel é um dos atuais três candidatos à compra da participação da brasileira Oi na Timor Telecom, a par do grupo ETO, do empresário timorense Nilton Gusmão, e de um fundo de pensões das Ilhas Fiji.

O prazo para apresentação das ofertas vinculativas termina às 17:00 de sexta-feira (hora local no Rio de Janeiro, 21:00 em Lisboa e 05:00 de sábado em Díli).

Em causa está a maior fatia de capital da Timor Telecom (54,01%), controlada pela sociedade Telecomunicações Públicas de Timor (TPT) onde, por sua vez, a Oi controla 76% do capital, a que se soma uma participação direta da PT Participações SGPS de 3,05%.

Os restantes acionistas da TPT são a Fundação Harii - Sociedade para o Desenvolvimento de Timor-Leste (ligada à diocese de Baucau), que controla 18%, e a Fundação Oriente (6%).

Na Timor Telecom, o capital está dividido entre a TPT (54,01%), o Estado timorense (20,59%), a empresa com sede em Macau VDT Operator Holdings (17,86%) e o empresário timorense Júlio Alfaro (4,49%).

Há um mês, em entrevista à Lusa, em que confirmou o seu interesse pela operação, Abílio Araújo disse que mais do que em Timor-Leste, o grupo Investel pretende alargar o seu investimento a outros países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Relativamente ao mercado de telecomunicações em Timor-Leste - que especialistas dizem estar saturado com os atuais três operadores (a indonésia Telkomcel, a vietnamita Telemor e a Timor Telecom) Abílio Araújo considera que pode haver uma reconfiguração no futuro.

"Não tenho dúvida de que a Timor Telecom é uma empresa de referência. Foi de facto a que investiu bastante e investiu na valorização dos quadros timorenses. É possível que no setor vejamos fusões ou aquisições. Essa pode ser a tendência", disse.

Sobre o seu concorrente Nilton Gusmão, o responsável da Investel considerou que "não há um melhor do que o outro", manifestando-se porém esperançado em que o ativo fica "em mãos timorenses".

"Para nós, esperamos que quem fique com a Timor Telecom não perca de vista a referência que ela é. Se ficar o Nilton fico satisfeito. Se ficar eu fico contente. Acho que isto devia ficar nas mãos dos timorenses", disse.

ASP // MP

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