Díli,
06 out (Lusa) - O empresário timorense Abílio Araújo confirmou à Lusa que o
grupo Investel, que lidera, apresentou na terça-feira uma oferta "firme e
vinculativa" para a compra da participação da brasileira Oi na Timor
Telecom.
"Como
CEO da Investel acredito no sucesso da nossa proposta, do valor oferecido,
fortemente apoiado por capitais próprios e garantia bancária confortável",
afirmou Abílio Araújo.
O
grupo Investel é um dos atuais três candidatos à compra da participação da
brasileira Oi na Timor Telecom, a par do grupo ETO, do empresário timorense
Nilton Gusmão, e de um fundo de pensões das Ilhas Fiji.
O
prazo para apresentação das ofertas vinculativas termina às 17:00 de
sexta-feira (hora local no Rio de Janeiro, 21:00 em Lisboa e 05:00 de sábado em
Díli).
Em
causa está a maior fatia de capital da Timor Telecom (54,01%), controlada pela
sociedade Telecomunicações Públicas de Timor (TPT) onde, por sua vez, a Oi
controla 76% do capital, a que se soma uma participação direta da PT
Participações SGPS de 3,05%.
Os
restantes acionistas da TPT são a Fundação Harii - Sociedade para o
Desenvolvimento de Timor-Leste (ligada à diocese de Baucau), que controla 18%,
e a Fundação Oriente (6%).
Na
Timor Telecom, o capital está dividido entre a TPT (54,01%), o Estado timorense
(20,59%), a empresa com sede em Macau VDT Operator Holdings (17,86%) e o
empresário timorense Júlio Alfaro (4,49%).
Há
um mês, em entrevista à Lusa, em que confirmou o seu interesse pela operação,
Abílio Araújo disse que mais do que em Timor-Leste, o grupo Investel pretende
alargar o seu investimento a outros países da Comunidade de Países de Língua
Portuguesa (CPLP).
Relativamente
ao mercado de telecomunicações em Timor-Leste - que especialistas dizem estar
saturado com os atuais três operadores (a indonésia Telkomcel, a vietnamita
Telemor e a Timor Telecom) Abílio Araújo considera que pode haver uma
reconfiguração no futuro.
"Não
tenho dúvida de que a Timor Telecom é uma empresa de referência. Foi de facto a
que investiu bastante e investiu na valorização dos quadros timorenses. É
possível que no setor vejamos fusões ou aquisições. Essa pode ser a
tendência", disse.
Sobre
o seu concorrente Nilton Gusmão, o responsável da Investel considerou que
"não há um melhor do que o outro", manifestando-se porém esperançado
em que o ativo fica "em mãos timorenses".
"Para
nós, esperamos que quem fique com a Timor Telecom não perca de vista a
referência que ela é. Se ficar o Nilton fico satisfeito. Se ficar eu fico
contente. Acho que isto devia ficar nas mãos dos timorenses", disse.
ASP
// MP
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