Díli,
07 out (Lusa) - Os líderes políticos timorenses não podem permitir que as suas
diferenças políticas sejam aproveitadas para ações subversivas internas ou
externas para dividir o país, advertiu hoje o presidente da Fretilin.
"Não
devemos permitir que as nossas diferenças políticas sejam aproveitadas por
forças externas para dividir e pôr em causa a paz duramente conquistada por
nós", afirmou Francisco Guterres (Lu-Olo) no IV Congresso Nacional do
segundo partido timorense.
"Temos
de ser capazes de prevenir eventuais ações subversivas (quer internas quer
externas), para manter a nossa soberania, a paz e a estabilidade, reforçar a
nossa democracia e trabalhar no sentido de fazer prosperar a nação
timorense", defendeu.
Para
o líder da Fretilin, é essencial que o país consolide um Sistema de Defesa e
Segurança Nacional "adequado e capaz de prevenir e vencer eventuais
situações", objetivo para o qual devem contribuir todos os líderes.
Lu-Olo
falava na abertura em Díli do IV Congresso Nacional da Fretilin, que reúne até
domingo no Centro de Convenções de Díli 1.135 delegados de todo o país sob o
tema "vencer para libertar".
A
reunião magna da Fretilin ocorre cinco anos depois do último congresso, após a
reeleição do presidente e secretário-geral do partido timorense Fretilin,
Lu-Olo e Mari Alkatiri - com uma ampla maioria de apoio (97,13%) numa votação
direta sem precedentes em que participaram quase 200 mil pessoas - e a pensar
nas eleições presidenciais e legislativas de 2017.
Traçando
as linhas gerais do que será o programa da Fretilin para o voto de 2017, Lu-Olo
destacou, entre outros aspetos, a saúde pública, as vacinas e a medicina
preventiva, a promoção de alimentação mais saudável para a população, a procura
de "soluções para o problema do saneamento básico" e a educação para
a proteção do ambiente.
No
campo da educação, e destacando os progressos conseguidos nos últimos anos,
Lu-Olo insistiu na necessidade de formar mais professores, melhorar a
quantidade e qualidade dos espaços escolares e fortalecer o Programa de Merenda
Escolar.
Lu-Olo
definiu ainda como "prioridade fundamental" o programa de
desenvolvimento das infraestruturas" - em energia, transportes, água,
informação e tecnologia" - e uma redobrada aposta no fortalecimento da
economia nacional.
O
futuro do país, sustentou, passa por "criar uma economia mais forte e mais
competitiva, que não dependa excessivamente do petróleo", que não dependa
excessivamente das importações e que invista "com sabedoria" para
aproveitar da melhor formas os recursos naturais do país.
"Há
que priorizar os projetos estruturantes, os de maior rentabilidade, os mais
competitivos e inovadores. Há que apoiar e incentivar mais os investidores
(nacionais e internacionais) a investir cada vez mais e melhor no país",
disse.
"Apoiar
também os empresários e investidores que sabem realizar licitamente os seus
negócios no mercado interno e externo para constituírem riqueza e contribuírem
para aumentar o emprego e fazer crescer a economia", disse.
O
congresso da Fretilin encerra no domingo, dia em que se espera, entre outras
intervenções, um discurso do ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano e outro
de Muhammad Yunus, Nobel da Paz de 2006.
ASP
// JPS
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