Lospalos,
Timor-Leste, 28 nov (Lusa) - O Presidente da República timorense, Taur Matan
Ruak, apelou hoje à unidade de todos os timorenses, essencial para alcançar a
independência, para que assim consigam semear e colher os frutos dessa
conquista.
"Para
desenvolver o país, precisamos de continuar unidos, e de trabalhar em paz e
estabilidade. Apelo a todos os timorenses: trabalhemos juntos para que a
Independência seja uma fonte de maior prosperidade e felicidade", disse
hoje Taur Matan Ruak.
"O
país precisa de todos, homens e mulheres desta terra. A melhor forma de
honrarmos a memória dos mártires e o sacrifício dos heróis é construirmos uma
sociedade com mais bem-estar, estabilidade e segurança", frisou.
Taur
Matan Ruak falava nas cerimónias que marcaram, oficialmente, o 41º aniversário
da proclamação da independência de Timor-Leste, que decorreram na localidade de
Lospalos, no município de Lautém.
Durante
as celebrações, o chefe de Estado atribuiu a Ordem de Timor-Leste, a
condecoração mais importante de Timor-Leste, a "42 veteranos que acolheram
e protegeram em muitos momentos líderes da resistência" e cuja
"determinação e coragem são exemplos da vontade de vencer" do povo
timorense que tornou a independência possível.
Manifestando
satisfação pelo que Timor-Leste já alcançou, Taur Matan Ruak alertou para os
"desafios e dificuldades" que o país tem pela frente, nomeadamente na
melhoria dos níveis de educação e saúde.
"Para
atingirmos as nossas metas nacionais de desenvolvimento, o Estado tem de
melhorar rapidamente a qualidade da Administração e dos serviços
públicos", disse.
"Outro
desafio é o aumento da produtividade da economia nacional. O aproveitamento do
esforço dos agricultores e das riquezas da nossa terra exigem políticas que
assegurem o aumento da produtividade. Isto quer dizer que os agricultores e o
setor produtivo nacional podem, gradualmente, produzir de maneira mais
eficiente", afirmou.
Para
o chefe de Estado, esta é "uma prioridade nacional da maior
importância", que obriga a melhorar a qualidade da educação e formação
profissional, essencial para que o país produza mais e melhor.
"Para
alcançarmos o país que ambicionamos, precisamos de assegurar políticas que
evitem o agravamento das desigualdades e consigam fazer uma distribuição melhor
da riqueza", defendeu.
"Continua
a haver muita pobreza na nossa terra. O aumento da segurança alimentar e a
qualidade da Nutrição são prioridades muito importantes para melhorar as
condições de vida e a saúde das famílias, especialmente das crianças e
jovens", disse.
"Queremos
eliminar para sempre a má nutrição e a subnutrição nesta terra. Mas isso só é
possível pela participação dos cidadãos e a melhoria gradual da economia das
famílias. Só com determinação e empenho dos cidadãos e das famílias podemos
melhorar a alimentação e a saúde das populações, em todo o país",
insistiu.
O
chefe de Estado disse que todos em Timor-Leste devem trabalhar para "criar
uma sociedade mais equilibrada e com menos carências", que os timorenses
devem "corrigir gastos familiares excessivos" e "valorizar mais
a necessidade de poupar para o futuro".
Como
exemplo, citou os excessivos gastos nas várias tradições culturais timorenses
quando todos sabem, disse, que é possível "respeitar a cultura e as
tradições dos antepassados sem gastar em excesso, ou à toa".
"Da
mesma maneira que derramámos sangue para chegar a Independência, agora temos de
derramar muito suor, para semearmos e colhermos os frutos da Independência.
Recordando
28 de novembro de 1975, em que a proclamação da independência foi feita, Taur
Matan Ruak disse que esse momento "deu voz a uma aspiração profunda dos
timorenses" e constituiu "um passo fundamental na afirmação do
nacionalismo timorense".
Evocou
em particular a memória do presidente que proclamou a independência, Francisco
Xavier do Amaral, e do "saudoso herói Nicolau Lobato" bem como de
todos, que durante os 24 anos de ocupação indonésia lutaram com sacrifício para
que Timor-Leste conquistasse a liberdade.
A
meio ano de Timor-Leste completar 15 anos de Governos independentes,
Timor-Leste já fez avanços significativos, na consolidação da paz e da
reconciliação e na construção de um Estado de direito e democracia estáveis.
Como
exemplo mais recente, apontou as recentes eleições locais, para líderes
tradicionais e chefes de suco (freguesias) e aldeias, que foram "um
exemplo da estabilidade e maturidade da sociedade".
Taur
Matan Ruak apelou aos timorenses para o mesmo empenho nas eleições
presidenciais e legislativas do próximo ano, mantendo a paz e a estabilidade,
riqueza sem a qual não há desenvolvimento.
O
chefe de Estado deixou várias notas positivas já alcançadas, desde o arranque
da descentralização administrativa, à construção de uma rede de escolas e de
centros de saúde, o desenvolvimento de infraestruturas base - incluindo fazer
chegar eletricidade a quase 90% da população.
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