Hong
Kong, China, 23 fev (Lusa) -- Milhares de pessoas saíram à rua em Hong Kong, na
quarta-feira, em apoio aos sete polícias que na semana passada foram condenados
a dois anos de prisão por agredirem um manifestante durante os protestos
democráticos de 2014.
O
protesto, convocado pela Associação de Inspetores da Polícia e pela Associação
de Jovens Agentes Policiais e vedado a jornalistas, juntou mais de 33 mil
agentes no ativo e reformados, segundo dados dos organizadores.
Trata-se
de uma das concentrações mais significativas da história de Hong Kong, segundo
a imprensa local.
O
líder da Associação de Jovens Agentes Policiais, Joe Chan, explicou que o
protesto tinha como objetivo defender a dignidade do corpo policial, informou a
emissora pública RTHK.
Vestidos
de branco, os agentes mostraram solidariedade para com os sete polícias presos
no passado dia 14 por terem causado danos físicos ao ativista Ken Tsang, então
membro do Partido Cívico, um dos principais grupos políticos pró-democracia de
Hong Kong, num ataque que foi filmado por um canal televisivo local.
As
imagens de vídeo mostravam um grupo de homens a arrastar Tsang, algemado, para
um canto escuro num parque público, onde foi agredido. Um homem estava por cima
de Tsang infligindo-lhe golpes enquanto três outros o pontapeavam
repetidamente.
O
juiz David Dufton sublinhou a natureza violenta do ataque ao entregar a
sentença no tribunal, no dia 17, acrescentando que a punição de agentes da
polícia que violam a lei "tem de servir como exemplo".
A
pena máxima para o crime era de três anos prisão.
"A
multiplicidade de ferimentos e danos à reputação de Hong Kong (...) fizeram com
que este fosse um caso muito sério", afirmou Dufton, lembrando que o
incidente foi notícia em todo o mundo.
A
polícia foi criticada pela mão pesada com que, por vezes, tratou os
manifestantes nos protestos que duraram 79 dias e incluíram o bloqueio de ruas,
levando à paralisação de partes da cidade.
Os
manifestantes pediam eleições livres para o líder de Hong Kong.
ISG//ISG
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