Díli,
24 fev (Lusa) - Os militantes do Partido Democrático (PD) timorense iniciaram
hoje em Díli o seu 3.º congresso nacional, que elegerá novos líderes, reivindicando
que continua a representar a voz da geração mais jovem, como disse à Lusa o seu
presidente.
"Este
congresso servirá para consolidar o partido e consolidar a liderança e ao mesmo
tempo consolidar a nossa visão e missão para avançar para as eleições gerais",
explicou Adriano do Nascimento em declarações à Lusa no arranque do encontro do
partido que decorre até domingo.
O
presidente do PD explicou que um dos aspetos mais importantes do encontro é a
revisão de estatutos e a eleição da nova liderança, "um processo que vai
fortalecer o partido, preparando todos para o envolvimento nas eleições
presidenciais e legislativas" deste ano.
Adriano
do Nascimento recordou que o PD nasceu de um "grupo de jovens
ativistas" liderados pelo falecido Fernando La Sama de Araújo, que morreu
em 2015, e que continua a representar uma alternativa para o país.
"Saímos
de jovens ativistas, que estiveram envolvidos na luta. Os nossos fundadores
foram, na sua maioria, esses jovens. E têm também uma visão nova para
contribuir para o desenvolvimento da nação", afirmou.
Com
um candidato nas eleições presidenciais de 20 de março, o atual ministro da
Educação, António da Conceição, o partido vai aproveitar esse processo para
"mostrar a existência do PD" e dessa dinâmica mais jovem, explicou.
"É
um teste antes das legislativas. Um partido de jovens que vamos competir com os
mais velhos do CNRT e da Fretilin. Por isso o nosso candidato está também
preparado para competir com a geração mais velha", afirmou.
No
discurso aos militantes, Adriano do Nascimento, que assumiu o cargo depois da
morte em 2015 de La Sama de Araújo, convidou a um debate sobre a visão e missão
do PD, reiterando o "compromisso e empenho em contribuir para o
desenvolvimento da nação e do povo" e o seu papel no desenvolvimento
nacional.
Revindicando
o papel dos partidos políticos na consolidação democrática, Nascimento recordou
o mote do partido, "Hanoi, Hari'i e Hametin" (Pensar, Construir e
Fortalecer) para defender maior proximidade entre a ação do partido e as
aspirações do povo.
Pedindo
aos militantes que exerçam a sua atividade com "empenho e
responsabilidade", o presidente do PD defendeu uma aposta renovada na
estratégia de desenvolvimento do país.
Prioridade
deve ser dada, disse, aos setores de educação, saúde, saneamento,
infraestruturas básicas e fortalecimento da economia - especialmente em áreas
como a agricultura.
Nascimento
defendeu a "timorização" dos tribunais, a defesa da independência
judicial e mais formação para os magistrados, insistindo numa agenda "forte"
e numa estratégia nacional de combate à corrupção de agentes públicos e
privados.
Saudando
o papel do PD no Governo de coligação, mostrou-se orgulhoso pelo
"contributo moral, político e intelectual" dado a esse executivo
conjunto, ajudando a "inspirar a confiança do povo" e a consolidar as
instituições do Estado.
Em
termos internos, defendeu a profissionalização e modernização da gestão do PD e
a manutenção de laços com outros partidos quer ao nível nacional quer nos
países vizinhos, na região e na CPLP.
O
arranque do congresso, que termina no domingo, contou com a presença de
representantes de vários partidos políticos, de membros do corpo diplomático e
de algumas individualidades timorenses, como o ex-Presidente José Ramos-Horta.
Cerca
de 1.500 delegados participam no 3.º, que decorre até domingo no Centro de
Convenções de Díli e de onde sairá a nova liderança e a nova Comissão Política
Nacional, com 89 elementos.
ASP
// SB
Sem comentários:
Enviar um comentário