Os
militantes do Partido Democrático (PD) timorense reúnem-se no fim-de-semana em
Díli para eleger a sua nova direção, a segunda desde a criação do partido em
2001, e para definir estratégias para o ciclo eleitoral deste ano em
Timor-Leste.
"Há
imensos candidatos à liderança, o processo de preparação está a decorrer, há
uma campanha interna intensa e lobby a ser feito. Está a ser um processo
interessante e que está a enriquecer o debate politico interno", explicou
à Lusa Lurdes Bessa, uma das vice-presidentes do PD.
Cerca
de 1.500 delegados devem participar no que será o 3º congresso do PD (depois
das reuniões magnas de 2006 e 2011) que decorre entre sexta-feira e sábado no
Centro de Convenções de Díli e de onde sairá a nova liderança e a nova Comissão
Política Nacional, com 89 elementos.
O
congresso marca a era pós-Fernando Lasama de Araújo, o histórico dirigente
juvenil da resistência timorense que presidiu ao partido desde a sua fundação,
a 10 de junho de 2001 e até á sua morte, em junho de 2015, numa altura em que
exercia o cargo de ministro da Educação.
"Quando
o Lasama morreu optou-se por não fazer eleições antecipadas e o vice-presidente
Adriano do Nascimento assumiu a presidência. Agora vamos eleger uma nova
direção do partido", explicou Lurdes Bessa.
Atualmente
a terceira força política em termos de representação parlamentar, o PD nasceu
numa altura em que se começaram a afirmar em Timor-Leste novas forças
políticas, surgindo como uma alternativa que representava a geração mais nova.
Na
altura o PD foi visto como uma alternativa que nascia no espaço do Partido
Social Democrático (PSD) a quem roubou algum do apoio eleitoral e hoje vê-se na
eminência de poder perder apoio para a mais recente força timorense, o Partido
de Libertação Popular (PLP).
"O
PD sempre tentou manter canais abertos e diálogos com todos os partidos e assim
foi com o PLP desde que foi criado. Em aberto estão todas as possibilidades. Já
estivemos no Governo com coligações, não é um processo novo e não pomos de
parte qualquer possibilidade", disse.
Na
agenda do congresso do próximo fim de semana está ainda a alteração dos
estatutos - a primeira revisão desde que foi criado o partido - e a preparação
para as eleições presidenciais (o partido tem um candidato, António da Conceição,
atual ministro da Educação) e para as legislativas de julho.
Questionada
sobre as aspirações presidenciais, Lurdes Bessa mostrou-se convicta de um bom
resultado para António da Conceição, referindo-se que além da conjuntura
política atual, há uma necessidade de transição geracional.
"Há
uma necessidade grande no país em geral de novos líderes, de uma geração nova
avançar um pouco mais, independentemente da orientação da geração mais antiga.
E estamos a apostar nesse sentimento", disse.
"Há
uma forte possibilidade de que o nosso candidato possa passar à segunda volta e
ai dar a volta ao resultado. Se conseguirmos passar à segunda volta creio que
será um impulso muito grande e talvez consigamos ganhar até as eleições",
afirmou.
SAPO
TL com Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário