Díli,
09 mar (Lusa) - A Fretilin, segundo partido timorense em representação
parlamentar, lidera as intenções de voto com 29% de apoio, à frente do CNRT com
17%, num cenário em que um quarto se declara indeciso, segundo uma sondagem
hoje divulgada.
Os
dados avançados, facultados à Lusa, fazem parte da sondagem Tatoli 2016
realizada pela Asia Foundation e que envolveu questões sobre vários assuntos,
incluindo política, colocadas a 1239 pessoas nos 13 municípios timorenses.
Segundo
a sondagem a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) tem o
apoio de 29% dos sondados (era 32% em 2012), com o Congresso Nacional da
Reconstrução Timorense (CNRT) a perder dois pontos percentuais de apoio de 19%
em 2012 para 17%.
Como
terceira força política surge o Partido Democrático (PD), que perde 1 ponto
percentual para 5% e em quarto com 4% de apoio surge o Partido Libertação do
Povo (PLP), criado no final de 2015 e que deverá apresentar o atual Presidente
da República, Taur Matan Ruak como candidato a chefe de Governo nas eleições
legislativas de julho.
O
dado de 4% é significativo já que mediante a alteração à lei eleitoral aprovada
no Parlamento Nacional - e à espera de promulgação pelo chefe de Estado - sobre
de 3 para 4% dos votos válidos a barreira para atribuição de mandato.
De
fora do futuro parlamento ficaria, segundo a sondagem, a Frente Mudança (FM)
que obteve 3% de apoio em 2012 e se fica agora apenas pelo 1%.
A
informação avançada é conhecida quando Timor-Leste está em campanha para as
eleições presidenciais - a que se apresentam oito candidatos, vários apoiados
diretamente por partidos políticos - mas apenas questionou os sondados sobre
apoio partidário.
Significativa
é a percentagem de sondados que diz não saber quem vai apoiar - a percentagem
subiu de 20% em 2012 para 23% agora - e dos que se recusam a responder, valor
que passa de 16 para 17%.
Ainda
assim a sondagem mostra intenções de voto elevadas com 98% a dizerem que
tencionam votar nas eleições legislativas, valor idêntico ao registado em 2012.
Noutro
âmbito, a sondagem mostra uma queda significativa (de 73 para 58%) no número
dos sondados que acha que o país está a ir na direção certa, com a percentagem
dos que pensam o contrário a aumentar de 25 para 32%.
A
variação entre 2012 e 2016 é ainda maior entre os sondados com menos de 25
anos, tendo caído de 80% para 50% o número dos que pensam que o país está na
direção certa e aumentado os que pensam o inverso de 17 para 41%.
A
sondagem mostra variações nas perceções sobre os maiores problemas do país
entre a capital e o resto de Timor-Leste, com a falta de empregos a ser o maior
problema para os residentes em Díli (29%) à frente do futuro económico do país.
No
resto do país o futuro económico de Timor-Leste é apontado como o maior
problema (35%), à frente de preocupações como corrupção (11%), estradas (10%) e
empregos.
Quando
questionados sobre os maiores problemas que as populações onde vivem enfrentam,
acesso a água e saneamento é o mais destacado em Díli (68%) com o resto do país
a dar mais importância a estradas e pontes.
Sobre
as motivações para apoiar um ou outro candidato, a maioria dos sondados (58%)
destaca o seu papel no movimento de independência timorense e só 8% referem a
sua experiência de liderança.
Ainda
assim a maioria, 54%, diz que em 2012 votou com base na posição dos partidos
sobre os assuntos e não sobre as ligações de uma ou outra figura ao partido.
Os
dados totais da sondagem serão revelados em abril.
A
sondagem foi realizada entre 22 novembro e 14 de dezembro de 2016 e envolveu
entrevistas a 1.239 pessoas nos 13 municípios usando uma seleção aleatória de
aldeias com base no censo de 2016.
Os
dados foram recolhidos por equipas do Timor-Leste Research and Advocacy Network
(TRAIN) para a Asia Foundation e têm uma margem de erro de 2,8%.
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