sexta-feira, 10 de março de 2017

Fretilin lidera nas sondagens em Timor-Leste mas ainda com muitos indecisos

Díli, 09 mar (Lusa) - A Fretilin, segundo partido timorense em representação parlamentar, lidera as intenções de voto com 29% de apoio, à frente do CNRT com 17%, num cenário em que um quarto se declara indeciso, segundo uma sondagem hoje divulgada.

Os dados avançados, facultados à Lusa, fazem parte da sondagem Tatoli 2016 realizada pela Asia Foundation e que envolveu questões sobre vários assuntos, incluindo política, colocadas a 1239 pessoas nos 13 municípios timorenses.

Segundo a sondagem a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) tem o apoio de 29% dos sondados (era 32% em 2012), com o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) a perder dois pontos percentuais de apoio de 19% em 2012 para 17%.

Como terceira força política surge o Partido Democrático (PD), que perde 1 ponto percentual para 5% e em quarto com 4% de apoio surge o Partido Libertação do Povo (PLP), criado no final de 2015 e que deverá apresentar o atual Presidente da República, Taur Matan Ruak como candidato a chefe de Governo nas eleições legislativas de julho.
O dado de 4% é significativo já que mediante a alteração à lei eleitoral aprovada no Parlamento Nacional - e à espera de promulgação pelo chefe de Estado - sobre de 3 para 4% dos votos válidos a barreira para atribuição de mandato.

De fora do futuro parlamento ficaria, segundo a sondagem, a Frente Mudança (FM) que obteve 3% de apoio em 2012 e se fica agora apenas pelo 1%.

A informação avançada é conhecida quando Timor-Leste está em campanha para as eleições presidenciais - a que se apresentam oito candidatos, vários apoiados diretamente por partidos políticos - mas apenas questionou os sondados sobre apoio partidário.

Significativa é a percentagem de sondados que diz não saber quem vai apoiar - a percentagem subiu de 20% em 2012 para 23% agora - e dos que se recusam a responder, valor que passa de 16 para 17%.

Ainda assim a sondagem mostra intenções de voto elevadas com 98% a dizerem que tencionam votar nas eleições legislativas, valor idêntico ao registado em 2012.

Noutro âmbito, a sondagem mostra uma queda significativa (de 73 para 58%) no número dos sondados que acha que o país está a ir na direção certa, com a percentagem dos que pensam o contrário a aumentar de 25 para 32%.

A variação entre 2012 e 2016 é ainda maior entre os sondados com menos de 25 anos, tendo caído de 80% para 50% o número dos que pensam que o país está na direção certa e aumentado os que pensam o inverso de 17 para 41%.

A sondagem mostra variações nas perceções sobre os maiores problemas do país entre a capital e o resto de Timor-Leste, com a falta de empregos a ser o maior problema para os residentes em Díli (29%) à frente do futuro económico do país.

No resto do país o futuro económico de Timor-Leste é apontado como o maior problema (35%), à frente de preocupações como corrupção (11%), estradas (10%) e empregos.

Quando questionados sobre os maiores problemas que as populações onde vivem enfrentam, acesso a água e saneamento é o mais destacado em Díli (68%) com o resto do país a dar mais importância a estradas e pontes.

Sobre as motivações para apoiar um ou outro candidato, a maioria dos sondados (58%) destaca o seu papel no movimento de independência timorense e só 8% referem a sua experiência de liderança.

Ainda assim a maioria, 54%, diz que em 2012 votou com base na posição dos partidos sobre os assuntos e não sobre as ligações de uma ou outra figura ao partido.

Os dados totais da sondagem serão revelados em abril.

A sondagem foi realizada entre 22 novembro e 14 de dezembro de 2016 e envolveu entrevistas a 1.239 pessoas nos 13 municípios usando uma seleção aleatória de aldeias com base no censo de 2016.

Os dados foram recolhidos por equipas do Timor-Leste Research and Advocacy Network (TRAIN) para a Asia Foundation e têm uma margem de erro de 2,8%.

ASP // VM

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