Díli,
25 mar (Lusa) -- O primeiro-ministro timorense considera que o país tem
recursos hídricos suficientes mas diz ser essencial que seja feita uma melhor
implementação e mais investimento para garantir que toda a população tem acesso
adequado a água e saneamento.
"Temos
recursos hídricos suficientes mas precisamos de desenvolvimento de mecanismos
para investir e gerir melhor o que temos, para melhorar a captação e
distribuição e para garantir mais acesso da população à agua", afirmou Rui
Maria de Araújo.
"Aprovar
a política de água não é suficiente. É orientador mas é preciso um plano de
implementação e de investimento e o empenho de todos", disse ainda.
O
chefe do Governo falava no centro de tratamento de água em Tibar, a oeste de
Díli, num encontro que na sexta-feira marcou o Dia Mundial da Água e em que
participaram, entre outros, o embaixador português em Díli, Manuel Gonçalves de
Jesus, e o ministro e vice-ministro das Obras Públicas, Gastão de Sousa e
Januário Pereira, respetivamente.
Na
sua intervenção, Rui Araújo disse que melhorar a qualidade do acesso da
população à agua e ao saneamento é "um trabalho de todos" em que o
Governo lidera o processo mas em que a comunidade, e os seus líderes,
"devem contribuir para ajudar a preservar e cuidar melhor dos recursos
hídricos" do país.
Apesar
da melhoria nos últimos anos - a percentagem de timorenses com acesso a alguma
forma de água canalizada passou de 53% para mais de 70% -, Rui Araújo destacou
que ainda há muito a fazer, tanto a nível rural como urbano.
Entre
os problemas associados, Rui Araújo destacou o facto de muitos timorenses
continuarem a viver em casas sem condições mínimas, incluindo sem casa de banho
ou água canalizada.
Na
sua intervenção Manuel Gonçalves de Jesus, recordou o apoio que o Governo
português tem dado a Timor-Leste no setor da água e saneamento, que permitiu
construir os sistemas de abastecimento de água em Baucau, Aileu e Ataúro.
Mais
recentemente, a AdP Timor Leste, sucursal das Águas de Portugal, tem vindo a
dar assistência técnica à Direção Nacional de Saneamento Básico no âmbito da
drenagem e saneamento.
"Parte
desse trabalho tem consistido na elaboração de estudos técnicos de forma a
materializar uma rede de drenagem que irá, quando for construída, mitigar os
fenómenos de inundação na cidade de Díli", explicou.
"Foi,
inclusive, com a colaboração de técnicos portugueses da AdP Timor Leste que foi
construído o primeiro laboratório de águas residuais de Timor-Leste",
disse, referindo-se à infraestrutura em Tibar onde decorreu o encontro de sexta-feira.
O
apoio incluiu uma proposta de decreto-lei com legislação para o setor e ações
de formação a técnicos desta direção nacional, explicou o diplomata.
"Esta
parceria de futuro para o importante setor das águas entre Portugal e
Timor-Leste não se extingue aqui. Encontra-se em fase de finalização a
aprovação de um contrato para dar continuidade a esta assistência técnica,
assim como estão a ser estudadas novas formas de apoio no âmbito da
monitorização da qualidade de água", disse.
ASP//ISG
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