Roger Rafael Soares* | opinião
Iniciado
o período da campanha eleitoral para as eleições legislativas fixadas para o
dia 22 de julho, os partidos políticos começam já a medir forças pela aquisição
e exercício do poder, sendo que já se registaram alguns incidentes relativos à
disputa interna no seio de um partido político em volta da lista de deputados
entre uma figura conhecida da sociedade civil e um militante quadro, um ato a
meu ver um quanto individualista e nada compatível com o interesse nacional.
Efetivamente,
é no período de campanha eleitoral que os partidos políticos assumem grande
visibilidade pública, pela qual os líderes políticos expõem e divulgam os seus
programas eleitorais com vista à mobilização e conquista do eleitorado. Mais do
que falar muito, é importante disputar com conteúdo, com substância e
coerência, para aqueles partidos políticos que se querem apresentar como
alternativa ao VI Governo. A afirmação do Presidente do mais recente Partido –
PLP –, ao envolver o nome de Xanana Gusmão, foi uma afirmação, a meu ver,
infeliz e sem cabimento, que acabou por antever, num primeiro momento, falta de
capacidade política e argumentativa, assentando em propaganda falsa, para quem
se quer apresentar como alternativa à governação atual.
O
Partido Político é um meio pelo qual se deve priorizar o interesse nacional e
não um fim para se exercer cargos públicos. Pois ainda não percebo como uma
pessoa de um Partido que está no parlamento a exercer o cargo de deputado, com
assento parlamentar daquele partido, mas simultaneamente é coordenador ou
colaborador de um outro novo Partido.
Os
eleitores são os que determinam o resultado eleitoral e como tal devem ter em
consideração que até à data, Timor-Leste tem trilhado um caminho favorável ao
processo de construção do Estado, o qual tem contribuído para o desenvolvimento
do país e para a melhoria das condições de vida do povo. Este caminho é
resultado de governações norteadas por um projeto de cariz nacional ao serviço da
Nação e do Estado, no sentido de defesa e promoção do interesse nacional,
materializado por ações de bem comum que a todos dizem respeito, e como tal
foram desenvolvidas políticas voltadas para o bem comum de todos os timorenses.
Mas lá está, o processo de desenvolvimento é uma obra inacabada, é um trabalho
que não tem fim, pois o objetivo é progredir sempre, pois o desenvolvimento é
isso mesmo. Os desafios ainda persistem. É necessário continuar a desenvolver
mais e melhor, é querer mais e melhor para todos, a isto se designa de
interesse nacional, independentemente da filiação partidária – “Tau interesse
nacional ás liu interesse partidu nian” (Xanana Gusmão). Aliás se olharmos para
trás, nomeadamente desde 2007, hoje o panorama político e social é bem mais
estável e promissor ao desenvolvimento de Timor e dos timorenses, basta
olharmos para os indicadores de desenvolvimento social e económico do país. Os
progressos alcançados ao nível da saúde, da segurança e estabilidade, bem como
ao nível da melhoria das infraestruturas e das condições de vida dos timorenses
são resultado da ação governativa desde 2007, com agendas e programas políticos
ao serviço da Nação e do Povo, com vista à resolução dos problemas que Timor
enfrentava naquela altura. Senão vejamos. O investimento desenvolvido,
quer no sistema nacional de saúde que está a contribuir para a melhoria do
estado de saúde da população, quer no desenvolvimento da formação dos
timorenses nomeadamente através da concessão de bolsas de estudo no estrangeiro.
A concessão de subsídios aos idosos, veteranos e crianças, bem como o
investimento em infraestruturas e acesso a eletricidade por todo o país. Além
do mais, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional constitui um
instrumento de visão de futuro promissor, nele estão refletidas as aspirações
do povo, e o seu surgimento espelha a visão estratégica de um líder que conhece
qual o caminho e para onde devemos ir.
Assumir
a liderança de um partido político é ter visão e capacidade estratégica em
definir instrumentos de ação política, com vista a dar respostas políticas aos
desafios, interesses e exigências populares, ao invés de usar propaganda falsa
como meio para atingir o fim - assumir a governação à forca.
Dada
a conjuntura atual na qual Timor-Leste se encontra, precisamos de uma liderança
com pulso, com visão, determinação e sentido de comprometimento e de Estado,
quer no plano interno, quer no plano externo, a par do empenho, trabalho e
esforço de todos os servidores do Estado em executar o programa governativo.
*Rojer Rafael T. Soares | Ailili, Manatuto | rrtsoares@hotmail.com
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