Díli,
16 jun (Lusa) - A população timorense permanece otimista sobre o seu futuro e o
do país, pelo menos a curto prazo, mas uma fatia crescente considera que
Timor-Leste não está a andar na direção certa, segundo uma nova sondagem.
A
sondagem, cedida em exclusivo à Lusa pelo International Republican Institute
(IRI), mostra maior preocupação do que no passado com o país, assinalando o que
os autores do estudo dizem ser a entrada da nação na 'normalidade'.
Os
timorenses, sugere Dimitar Stojkov, diretor do IRI, estão hoje mais "à
vontade" para poderem expressar as suas opiniões mais críticas e começam a
destacar as suas preocupações com questões como rendimentos e bem-estar, acima
até dos debates políticos ou sobre o estado da democracia.
A
sondagem nota, por exemplo, que se tivessem de escolher um sistema democrático
de Governo ou uma economia mais próspera, 55% preferia a segunda contra 37% que
defende o primeiro.
A
sondagem foi realizada por equipas da Insight supervisionadas pela Chariot
Associates e o Center for Insights in Survey Research e o International
Republican Institute entre os dias 17 de abril e 14 de maio.
As
equipas ouviram 1.200 sondados em entrevistas pessoais conduzidas nos 13
municípios de Timor-Leste recorrendo a um processo estratificado, sendo a
confiança de 95% e a margem de erro de mais ou menos 2,8%.
O
estudo analisa perceções económicas, políticas e sociais sobre Timor-Leste e a
relação do país com o estrangeiro, entre outros aspetos, e foi divulgada a
poucos dias do arranque da campanha para as legislativas de 22 de julho.
Os
dados mostram que o otimismo sobre a situação do país tem vindo a cair já que
só 34% consideram que Timor-Leste está a caminhar na direção certa, menos 21
pontos que em outubro de 2013 e ligeiramente acima dos 31% que pensam que está
a ir na direção errada.
É,
no entanto, o mesmo aspeto - as infraestruturas do país - que justifica o
otimismo e pessimismo dos inquiridos, sendo, para uns, o principal fator a
aplaudir, enquanto outros apontam o dedo ao facto de nem tudo estar a melhorar
em todo o lado.
Serviços
públicos ineficientes ou com fracas ligações com os cidadãos são outro dos
aspetos apontado pelos mais pessimistas (17%).
Ainda
que quase um terço considere que Timor-Leste está a caminhar em pior direção,
quando questionados sobre se o país está hoje melhor ou pior que há um ano, 45%
avaliam o progresso positivamente e outros 45% dizem que está na mesma.
Só
5% dos inquiridos considera que Timor-Leste está hoje pior que há um ano.
O
otimismo também se manifesta sobre as perspetivas para o próximo ano, com 68% a
achar que o país vai estar melhor e 20% a dizer que vai estar na mesma. Neste
caso só 1% antevê que estará pior.
Em
termos pessoais, 23% diz que a sua situação e da sua família melhorou e 62% que
ficou na mesma, com 10% a considerar que piorou.
A
mesma visão otimista sobre a sua situação pessoal mantém-se quando questionados
sobre o que pensam que vai acontecer no próximo ano: 46% diz que vai melhorar e
35% que ficará na mesma, sendo que só 5% considera que ficará pior.
ASP//ISG
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