quarta-feira, 30 de agosto de 2017

CHEGOU A HORA: VII GOVERNO CONSTITUCIONAL

Roger Rafael Soares * | opinião

Ao que tudo indica já estão concluídas todas as reuniões/negociações entre a FRETILIN, o PLP e o KHUNTO, mas até ao momento ainda paira no ar a incerteza de como será o futuro Governo: de incidência parlamentar, de coligação ou de inclusão? Será que iremos ter um governo de incidência parlamentar, em que a FRETILIN irá governar contando com o acordo de incidência parlamentar dos dois partidos (PLP e KHUNTO) ou será que iremos ter um governo coligado entre os três partidos, isto é, os três partidos representados no VII Governo, ou teremos um governo de inclusão, onde todos os partidos com assento parlamentar podem estar representados no VII Governo, liderado pelo FRETILIN. Independentemente da plataforma governativa ou elenco governamental, o facto é que todos partidos políticos com assento parlamentar têm manifestado abertura ao diálogo e discussão com vista a garantir a estabilidade governativa e política. Dessa forma, não devemos ficar alarmados com a demora da formação do governo, uma vez que estão a ainda a decorrer os “arranjos finais” para a tomada de posse do VII Governo Constitucional. Quando se fala em coligação de partidos políticos para formação de Governo, é necessário ter em conta as diferenças, os programas de cada um, pelo que implica reuniões e negociações entre os partidos envolvidos. Bem como, legalmente, não há prazos para a formação do governo, o que a Constituição determina é que cabe ao Presidente da República, passo a citar, nomear e empossar o Primeiro-Ministro indigitado pelo partido ou aliança dos partidos com maioria parlamentar, ouvidos os partidos políticos representados no Parlamento Nacional, conforme disposto na alinha d) do artigo 85º da Constituição. Portanto, não poderemos afirmar que a demora da formação do governo é inconstitucional, nem afirmar que o Presidente da República está a ter uma postura passiva perante esta questão. Aliás, estamos na presença de um palco democrático, pelo qual os partidos políticos estão interessados e empenhados em garantir a estabilidade política, bem assim, a defesa do interesse nacional, respeitando o resultado eleitoral – a vitória, ainda que sem maioria absoluta, da FRETILIN. Por conseguinte, a FRETILIN está a negociar com os partidos para a formação do VII Governo, sendo que estas negociações podem ser mais demoradas e longas e não se trata de uma questão de inconstitucionalidade. Faz parte da Democracia. A isto se chama viver numa democracia. O que realmente importa para Timor-Leste e para o Povo, é que dessas negociações e reuniões resulte um VII Governo Constitucional forte, coeso e aberto ao diálogo no sentido de garantir as condições de governabilidade em prol do interesse e desenvolvimento nacional.

*Rojer Rafael Tomás Soares, Ailili - Manatuto, rrtsoares@hotmail.com

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